Presidente Milanovic repele a “guerra por procuração” na qual a Ucrânia é utilizada para a “remoção de Putin” e condena os que atuam como “escravos da América” que vai “de uma guerra para outra”
“Washington e a Otan estão travando uma guerra por procuração contra a Rússia através da Ucrânia”, disse o presidente croata, Zoran Milanovic, em entrevista à agência de notícias croata HINA na cidade de Vukovar, no leste do país, no domingo (15).
O presidente croata também disse não ver sentido nas sanções contra Moscou. “O plano não deveria ser a remoção do [presidente russo Vladimir] Putin. O plano não deveria ser sobre sanções”, acrescentando que tais medidas punitivas são “absurdas e não vamos conseguir nada com elas.”
“Eles não conseguiram nem dominar [Slobodan] Milosevic … Eles estão passando de uma guerra para outra. Mas como devo me sentir – um escravo da América?”, acrescentou o presidente croata.
Milanovic expressou sua frustração com as políticas do bloco militar encabeçado pelos EUA na mesma entrevista em que criticou o primeiro-ministro da Croácia, Andrej Plenkovic, sobre sua última observação relacionada à Ucrânia.
Falando ao canal de notícias France 24 no sábado, Plenkovic disse que os legisladores da nação dos Bálcãos, que em meados de dezembro não apoiaram o programa da UE para treinar militares ucranianos nos Estados membros, “não conseguiram estar do lado certo da história.”
Avaliando tal comentário, Milanovic criticou o primeiro-ministro por trazer “desgraça” para seu país “e para seus representantes democráticos na frente de outros.” O presidente croata argumentou que esse tipo de comportamento atinge um nível tão baixo que é “o fundo do fundo.”
Quanto à missão da UE, o presidente croata alertou que significa efetivamente que “pela primeira vez na sua história, a UE está participando numa guerra.” Isso, de acordo com Milanovic, é “contra o Tratado sobre o Funcionamento da UE.”
Em dezembro de 2022, Milanovic argumentou que ter militares ucranianos treinando em solo croata “traria a guerra” para a nação dos Bálcãs. Ele também insistiu na época que “a Ucrânia não é um aliado”, criticando a decisão de Bruxelas em junho passado de conceder o status de candidato a Kiev como “cínica”.
EUA CRIOU OTAN PARA MANTER “EUROPA SUBSERVIENTE”
Os Estados Unidos criaram a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para expandir sua influência nos países europeus, escreveu no Twitter o eurodeputado irlandês Mick Wallace.
“Os políticos devem começar a representar o povo e parar de representar a Otan e o complexo militar-industrial. A OTAN foi formada pelos Estados Unidos para manter os países europeus subservientes ao imperialismo norte-americano”, declarou o político.
Wallace acrescentou que o povo quer paz e não guerra, quer o fim da guerra por procuração dos EUA e da Otan.
SUCATA FUMEGANTE
Também no domingo, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte, Jens Stoltenberg, conclamou os países membros a aumentarem o fornecimento de armas pesadas para a Ucrânia.
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, tem alertado que qualquer remessa de armas para Kiev se torna um alvo legítimo para as Forças Armadas russas.
Para o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, as tentativas de entupir de armas a Ucrânia com armas não favorecem negociações e terão um impacto negativo na situação. Quanto ao anúncio de que os ingleses vão enviar tanques Challenger 2 para o regime inspirado no colaboracionista nazista Bandera, o porta-voz asseverou que “irão arder, como com as demais [armas]”.