Ele escondeu Queiroz no sítio de Atibaia e foi afastado do caso, quando estourou o escândalo, para não sujar a barra do Planalto
O senador Flávio Bolsonaro e o advogado Frederick Wassef, o mesmo que escondeu Fabrício Queiroz em seu sítio em Atibaia durante quase todo o ano passado, se encontraram na sexta-feira (22), segundo reportagem da TV Globo. Eles foram vistos juntos no aeroporto Santos Dummont, no Rio de Janeiro.
A Globo informa ainda que registrou imagens dos dois dentro da aeronave que os conduziu de São Paulo para o Rio. Na própria sexta-feira, a defesa de Flávio pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão do julgamento, pela Justiça do Rio de Janeiro, marcado para segunda (25).
Na segunda-feira o Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) vai decidir se o escândalo de lavagem de dinheiro usando funcionários fantasmas (rachadinha), montado por Flávio Bolsonaro dentro de seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), na época em era deputado estadual, deve permanecer sendo investigado pela primeira instância – que desbaratou todo o esquema – ou se vai ser transferido para a segunda instância.
Frederick Wassef era “copa-e-cozinha” de Jair Bolsonaro, mas foi obrigado a deixar o caso em julho de 2020, quando veio à tona que sua casa em Atibaia era o esconderijo de Queiroz.
Já o próprio Fabrício Queiroz e sua mulher, Márcia Oliveira, tiveram a prisão decretada por estarem ameaçando testemunhas e tentando destruir provas dos desvios criminosos de recursos públicos da Alerj.
A polícia descobriu também que o gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj tinha na lista de funcionários fantasmas pessoas ligadas às milícias cariocas. A mãe e a ex-mulher do pistoleiro Adriano da Nóbrega, morto na Bahia numa operação policial, recebiam salários de Flávio e destinavam uma parte para o deputado Flávio Bolsonaro e outra para Adriano da Nóbrega. A polícia ainda desvendou que Flávio usou uma loja de chocolate dele e de sua mulher para, também, lavar o dinheiro roubado.