Winnie Madikizela-Mandela, ativista antiapartheid na África do Sul e segunda mulher do ex-presidente Nelson Mandela, morreu na segunda-feira num hospital de Joanesburgo vítima de uma doença prolongada, anunciou Victor Dlamini, seu porta-voz. Winnie “lutou corajosamente contra o apartheid e dedicou a sua vida pela liberdade do país”, tendo ainda “mantido viva a memória do marido, Nelson Mandela, enquanto ele esteve preso em Robben Island” e ajudado a “dar à luta pela justiça na África do Sul uma das suas faces mais reconhecíveis”, acrescentou. Tinha 81 anos.
Enquanto Mandela esteve preso, de 1964 a 1990, ela teve um destacado papel político, assumindo a liderança do Congresso Nacional Africano (ANC). Foi um símbolo de resistência à política em que a minoria branca, os únicos com direito a voto, detinha todo o poder político e econômico no país, enquanto à imensa maioria negra restava a obrigação de obedecer rigorosamente à legislação separatista. Essa luta lhe valeu o título de “Mãe da Nação”, e também algumas detenções.
Em 1958, seis anos antes de o antigo presidente da África do Sul ter sido preso e condenado a prisão perpétua, Winnie e Nelson Mandela se casaram e tiveram dois filhos. Divorciaram-se em 1996, embora tenham se mantido próximos depois da separação – Winnie visitava o ex-marido no hospital quando este foi internado com uma infecção pulmonar, em 2013.
Em 1994, após as primeiras eleições democráticas, Madikizela-Mandela foi eleita deputada e nomeada vice-ministra de Arte e Cultura.
Em 2016, Winnie Mandela recebeu a Ordem de Luthuli (uma comenda entregue pelo presidente da África do Sul aos que colaboraram com a construção da democracia no país) pela “excelência da sua contribuição na luta pela libertação do povo da África do Sul”.