O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), assinalou que Bolsonaro interferir “na administração dos estados” para atrapalhar a contenção do coronavírus pode “caracterizar um crime de responsabilidade”, que acarretaria em um impeachment.
No sábado (11), Jair Bolsonaro defendeu a “volta à normalidade”. Ele publicou vídeo de um discurso no qual defendeu que as pessoas devem ignorar as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde e voltarem a circular pela cidade para trabalhar.
“É preciso que o presidente tenha uma noção clara de que aquilo que ele fala pode ter repercussões políticas para ele e, eventualmente, caracterizar um crime de responsabilidade. Isso se o que ele fala se transformar em ações”, disse Witzel.
“Nós estamos preocupados em salvar vidas. O problema da economia nós vamos resolver depois”, afirmou.
“Há uma diferença de tratamento entre aquilo que pensam o ministro da Saúde [Luiz Henrique Mandetta] e o presidente da República, e isso pode estar incentivando as pessoas a irem às ruas, o que para nós é muito preocupante, porque não temos testes suficientes para todas as pessoas”, continuou.
“Apesar de todos os esforços que nós estamos fazendo para que as pessoas fiquem em casa e só saiam para realizar atividades estritamente necessárias”, Bolsonaro estar contra a quarentena “tem dificultado muito, porque sabemos que, em todos os países, a União, o ente federativo maior, tem que ajudar os estados, e aqui no Brasil não tem sido dessa forma”.
O governador do Rio, que é ex-juiz, acredita que Bolsonaro “está na contramão da história do que nós estamos vivendo”.
“O mundo inteiro [está] defendendo medidas contra o vírus, com isolamento total da sociedade até que se descubra uma vacina ou que testes sejam feitos. O que ele deveria estar fazendo é isso, buscando comprar os testes, comprar os equipamentos, atender os estados com recursos materiais, fazer a gestão junto ao Ministério da Economia para suprir as perdas dos estados”.
Caso não aja dessa forma, “o reflexo do que vai acontecer daqui para o futuro vai ser atribuído única e exclusivamente a ele”.
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