O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que preside o PSL do Rio, está exigindo que todos os filiados ao partido no estado com cargos no governo de Wilson Witzel (PSC) abandonem imediatamento suas funções, sob risco de serem expulsos da legenda.
O pretexto para o rompimento foram as declarações de Witzel de que não precisou de Bolsonaro para se eleger na eleição de 2018. Ele disse que apoiou o presidente mas que não obteve dele qualquer apoio ou declaração para ajudar sua candidatura.
O “mito” teria ficado irritado com a falta de modéstia das declarações do governador e ordenou o rompimento. A família bolsonaro acha que Witzel pegou carona na onda direitista capitaneada pelo capitão e, por isso, foi eleito.
Jair Bolsonaro, que já não conseguiu estruturar uma base parlamentar, já tinha se afastado de João Dória, de São Paulo e, agora, rompe também com o governador do Rio.
Nas últimas semanas dois parlamentares deixaram o partido do governo, o deputado Alexandre Frota, de São Paulo e a senadora Juíza Selma Arruda, de Mato Grosso.
Em nota, Flávio disse que “filiados ao partido não devem exercer cargos no governo Wilson Witzel”. A seu pedido, o partido declarou na segunda-feira que não é mais parte da base de apoio do governador na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
“Aqueles que quiserem permanecer devem pedir desfiliação partidária. Nossa oposição não será ao Estado do Rio, mas ao projeto político escolhido pelo governador Wilson Witzel”, diz o texto encaminhado pela assessoria do senador.
Leonardo Rodrigues, na pasta de Ciência e Tecnologia, diz que ficará no cargo. Ele é suplente de Flávio Bolsonaro no Senado. Já a secretária de Vitimização e Proteção à Pessoa com Deficiência, a deputada federal licenciada Major Fabiana, espera conversar pessoalmente com Flávio Bolsonaro para anunciar os próximos passos.
O líder do governo Witzel na Alerj, Márcio Pacheco (PSC) tentará fazer com que Flávio Bolsonaro reveja a orientação. “É prematuro dizer se há uma ruptura imediata ou se a gente ainda consegue buscar um consenso.
Formalmente, até agora, nenhuma mudança foi feita. O PSL não encaminhou o desembarque do governo através do vice-líder do governo, Alexandre Knoploch”, disse ele.