O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, criticou o “passo de tartaruga” do governo federal no combate à pandemia de Covid-19. Segundo Witzel, “o governo federal precisa fazer a sua parte”.
A declaração foi dada na tarde de sexta-feira, durante entrevista à Globo News, após Jair Bolsonaro criticar as medidas tomadas pelo governo fluminense.
O presidente disse que, com as medidas, “parece que o Rio de Janeiro é outro país”, porque Witzel teria tomado decisões que não competem a ele.
Ele também reclamou da falta de diálogo com o governo federal: “O governo federal precisa fazer a sua parte. Não há diálogo. Não temos diálogo com o governo federal. Não sou só eu. Os governadores, para se comunicar (com o governo federal), precisam enviar uma carta”, criticou o governador, em outra entrevista para o RJ TV, da Globo.
DECRETO
O decreto de Witzel determinou a suspensão de viagens aéreas, terrestres e aquaviárias de origem de locais com circulação confirmada do coronavírus ou situação de emergência decretada.
Bolsonaro criticou a decisão tomada por Witzel: “Estão tomando medidas, no meu entender, exageradas. Fecharam o aeroporto do Rio de Janeiro. Não compete a ele, meu Deus do céu!”, disse Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada, na manhã desta sexta-feira.
“Eu vi ontem um decreto do governador do Rio que, confesso, fiquei preocupado. Parece que o Rio de Janeiro é um outro país. Não é outro país. Você tem uma federação”, afirmou.
ADMINISTRAÇÃO
Witzel também criticou comentários de que estaria fazendo uso “eleitoral” dessa crise. “Estou preocupado agora em administrar bem o Estado do Rio de Janeiro e resolver o problema que estamos enfrentando. Uma crise epidemiológica mundial, com pessoas que vão morrer, pessoas que vão passar forme, perder empregos. Não é hora de falar em política”, enfatizou Witzel.