Visita de Estado de Sergio Matarella acontece no 700º aniversário do falecimento do explorador italiano que no século 13, com seu célebre livro de viagens, apresentou a China aos europeus
No 700º aniversário do falecimento de Marco Polo, o explorador italiano que visitou a China no século 13 e a apresentou aos europeus com seu livro de viagens, o presidente italiano Sergio Matarella foi recepcionado em Pequim em uma visita de Estado pelo presidente Xi Jiping, quando se completam também os 20 anos do estabelecimento da parceria estratégica abrangente bilateral.
Em sua saudação, Xi conclamou a “trabalhar juntos para cultivar mais Marcos Polo na nova era”, enquanto Matarella observou que vínculo de Marco Polo com a China resume a longa história da amizade Itália-China e como as duas civilizações brilham juntas.
Iniciada na quinta-feira (7), a visita do presidente Matarella irá até terça-feira (13).
A China é o principal parceiro comercial da Itália na Ásia. Nos últimos 20 anos, o volume anual de comércio China-Itália aumentou sete vezes e ultrapassou US$ 70 bilhões por três anos consecutivos, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores.
Em julho, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni visitou a China, quando os dois países emitiram um plano de ação para fortalecer sua parceria estratégica abrangente, concordando em manter o espírito consagrado da Rota da Seda, empurrando as relações bilaterais para novo estágio de desenvolvimento.
Agora, os dois chefes de Estado testemunharam a assinatura de uma série de documentos de cooperação bilateral em áreas como cultura, ciência e tecnologia, educação e patrimônio mundial. Na noite de sexta-feira, Xi e sua esposa Peng Liyuan ofereceram um banquete de boas-vindas para o presidente italiano e sua filha Laura Mattarella no Grande Salão do Povo.
Lá, os dois chefes de Estado também apreciaram conjuntamente as 56 relíquias culturais perdidas recém devolvidas pela Itália, incluindo itens de cerâmica da cultura Majiayao.
No Centro Nacional de Artes Cênicas, Xi, Peng, Mattarella e sua filha Laura assistiram a um concerto em homenagem ao compositor italiano Giacomo Puccini, já que este ano marca o 100º aniversário do falecimento de Puccini. O concerto foi aberto com a música tema de Marco Polo, a primeira série de TV coproduzida pelos dois países em 1982.
ELEVAR A COOPERAÇÃO BILATERAL
O presidente Mattarella disse que a Itália espera trabalhar com a China para aproveitar o 20º aniversário como uma oportunidade para fortalecer a cooperação em áreas como economia e comércio, ciência e tecnologia, e para levar as relações bilaterais a novos patamares.
Por sua vez, o presidente Xi enfatizou o respeito mútuo, a confiança mútua e o benefício mútuo que são as características mais distintas das relações China-Itália.
Em termos de cooperação pragmática, Xi disse que a China está disposta a expandir as importações de produtos italianos de alta qualidade, apoiar o investimento mútuo das empresas dos dois países e continuar a impulsionar a cooperação em áreas como ciência e tecnologia, proteção ambiental, energia limpa e aeroespacial.
O presidente chinês afirmou, ainda, que Pequim vê a Europa como um parceiro importante no caminho para a realização da modernização chinesa, chamando a “aderir à cooperação ganha-ganha e administrar adequadamente suas diferenças, para que as relações China-Europa possam mostrar a devida maturidade e estabilidade”.
A China – ele acrescentou – está disposta a fortalecer a cooperação com o lado europeu para enfrentar os desafios globais e espera que a Itália desempenhe um papel ativo nesse sentido.
Mattarella observou que a Itália compartilha uma posição semelhante com a China em muitas questões importantes e defende o fortalecimento da comunicação construtiva, solidariedade e cooperação e enfrenta conjuntamente vários desafios.
A Itália – assinalou Matarella – adere firmemente ao princípio de Uma Só China e sempre considera a China um parceiro importante. A Itália está disposta a trabalhar em estreita colaboração com a China na cooperação multilateral e contribuir com a sabedoria das duas civilizações para promover a paz e a estabilidade mundiais.
Para Xi, a China e a Itália devem levar adiante suas tradições de abertura e inclusão, e impulsionar a comunidade internacional a resolver as diferenças por meio do diálogo e transcender os conflitos por meio da cooperação, construindo um mundo melhor de harmonia e coexistência.
Mattarella, por sua vez, convocou a Itália e a China a fazerem novas contribuições para promover intercâmbios e compreensão mútua entre as civilizações do Oriente e do Ocidente e o progresso da civilização humana.
INTERCÂMBIO ENTRE UNIVERSIDADES
No sábado, no Diálogo de Reitores Universitários China-Itália, quase 50 universidades de ambos os países aprofundaram seu intercâmbio.
“Atualmente, China e Itália ostentam intercâmbios educacionais e cooperação abrangentes, abrangentes e multicamadas”, observou o ministro da Educação chinês, Huai Jinpeng, acrescentando que a China é agora o maior país de origem de estudantes internacionais na Itália, enquanto a Itália está entre os cinco principais países europeus em termos do número de seus próprios alunos estudando na China.
“Mais de 700 anos atrás, as viagens de Marco Polo conectaram as civilizações chinesa e ocidental. Olhando para o futuro, continuaremos o espírito de respeito mútuo e troca em diálogo e cooperação, e criaremos mais oportunidades para os jovens de ambos os países”, disse Tiziana Lippiello, membro do conselho da Conferência de Reitores das Universidades Italianas, na cerimônia.
Até o momento, universidades de ambos os países estabeleceram conjuntamente 45 programas de ensino superior colaborativos, bem como nove laboratórios de pesquisa internacionais com foco em disciplinas de ponta e fundamentais, bem como em campos de engenharia de alta tecnologia.
*Matéria produzida com contribuições da agência de notícias Xinhua