Putin também telefonou para o líder brasileiro convidando-o para o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo. Lula agradeceu o convite e disse que segue trabalhando pela paz
O presidente Lula afirmou, na noite desta quinta-feira (25), que recebeu um telefonema do presidente da China, Xi Jinping, e que conversaram sobre diversos temas. A conversa ocorreu no dia anterior e abrangeu assuntos como a reunião dos BRICS, bloco econômico integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e também sobre a situação da guerra na Ucrânia.
“Ontem [24] conversei por telefone com o Presidente da China, Xi Jinping. Falamos sobre a conjuntura global, a necessidade da paz na Ucrânia, a participação dos nossos países na cúpula dos BRICS em agosto. E sobre nossa parceria estratégica em âmbito bilateral”, escreveu Lula, em sua rede social.
A conversa ocorre pouco mais de um mês após o encontro bilateral entre os dois presidentes em Pequim, e dias após Lula retornar de viagem ao Japão, onde participou como convidado da Cúpula do G7, grupo formado pelos sete países que, supostamente, seriam os mais industrializados do mundo (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido).
Durante o encontro que ocorreu em Hiroshima, entre os dias 19 e 21, o presidente brasileiro se reuniu com 11 chefes de governo e de entidades. Ele tratou de assuntos de interesse nacional e também temas da agenda internacional. Além das questões ambientais e segurança alimentar, que foram centrais durante a cúpula, o assunto que dominou as mesas de debate foi o conflito entre a Rússia e Ucrânia.
Lula informou que, nesta sexta-feira (26), também recebeu um telefonema do presidente da Rússia, Wladimir Putin. O líder russo ligou ao presidente Lula para convidá-lo a participar do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, informou o presidente brasileiro, também através de suas redes sociais.
Lula relatou o que discutiram. “Conversei agora por telefone com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Agradeci a um convite para ir ao Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, e respondi que não posso ir a Rússia nesse momento, mas reiterei a disposição do Brasil, junto com a Índia, Indonésia e China, de conversar com ambos os lados do conflito em busca da paz”.
Recentemente, em viagem à Europa, Lula afirmou que era necessário falar mais em paz. “Veja, se você não fala em paz, você contribui para a guerra”, disse ele, ao responder a um questionamento de um jornalista. A declaração de Lula reforçou as críticas à União Europeia, que vem não só falando em guerra, mas fornecendo, a mando dos EUA, armas para o regime nazista da Ucrânia. A manifestação ocorreu em Lisboa, depois de reunião com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.
“No momento nem Rússia, nem Ucrânia querem parar a guerra”, afirmou, ao defender uma solução “política e negociada” para o conflito. “No caso da guerra, a Rússia não quer parar, a Ucrânia não quer parar […]. É melhor encontrar uma saída em uma mesa do que continuar tentando encontrar uma saída no campo de batalha”, acrescentou Lula, na ocasião.