Xi: “Restauração da China na ONU, uma vitória dos povos há 50 anos”

Presidente Xi Jinping faz pronunciamento no 50º aniversário da restauração dos direitos da China na ONU. (Xinhua)

Em cerimônia presidida pelo presidente Xi Jinping, a República Popular da China comemorou na segunda-feira (25) os 50 anos da restauração da legítima representação do povo chinês na ONU. “Hoje, há cinquenta anos, a 26ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou, por esmagadora maioria, a Resolução 2758, e foi tomada a decisão de restaurar todos os direitos da República Popular da China nas Nações Unidas e de reconhecer os representantes do Governo da República Popular da China como os únicos representantes legítimos da China nas Nações Unidas”, afirmou o líder chinês.

“Foi uma vitória para o povo chinês e uma vitória para os povos do mundo”, acrescentou Xi.

“A restauração da sede legal da Nova China nas Nações Unidas foi um evento importante para o mundo e para as Nações Unidas. Foi o resultado de esforços conjuntos de todos os países amantes da paz que lutaram pela justiça no mundo”, enfatizou.

A Resolução 2758 reconheceu oficialmente a República Popular da China como “único representante legítimo da China perante as Nações Unidas” e removeu “os representantes de Chiang Kai-shek dos cargos anteriormente ocupados ilegalmente” na organização.

Ou seja, inscreveu na ONU o princípio de ‘Uma Só China’ e inviabilizou manobras de última hora do governo Nixon para fabricar o “Uma China, Uma Taiwan”, que Trump tentou ressuscitar. Como ficou patente na época, não havia nenhuma “soberania” de Taiwan, que inclusive havia sido libertada da ocupação japonesa.

A China era fundadora da ONU, mas o regime do Kuomitang, derrotado pela revolução, e que se refugiara em Taiwan sob proteção da frota norte-americana, encenou por duas décadas falar pelo ‘povo chinês’.

Na iminência do colapso do regime fantoche de Saigon e passadas duas décadas da derrota dos EUA na Coreia, àquela altura não havia mais sustentação no plano internacional para a farsa patrocinada por Washington.

76 membros da organização, incluindo a União Soviética, Índia, Reino Unido, França e a maioria dos países europeus votaram a favor, enquanto que 35 países, encabeçados pelos EUA, posicionaram-se contra. No dia 15 de novembro de 1971, o povo chinês tomou seu lugar na Assembléia Geral da ONU e, no dia 23, no Conselho de Segurança.

Em seu discurso pela data, o presidente Xi reafirmou o compromisso da China com o caminho do desenvolvimento pacífico e da cooperação ganha-ganha e reiterou que a China será sempre um construtor da paz mundial e um contribuinte para o desenvolvimento global.

O presidente chinês sublinhou a importância de seguir a tendência prevalecente da História, e escolher a cooperação sobre a confrontação, a abertura sobre o fechamento e o benefício mútuo sobre os jogos de soma zero.

“Nós devemos advogar vigorosamente paz, desenvolvimento, igualdade, justiça, democracia e liberdade, que são valores comuns da humanidade”, assinalou, acrescentando que nenhuma civilização no mundo é superior a outra e cada civilização é especial e única para sua própria região.

Em sua mensagem, Xi chamou ainda a trabalhar pela promoção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade, por um mundo aberto, inclusivo, limpo e bonito que goze de uma paz duradoura, segurança universal e prosperidade comum, sob a Carta da ONU e praticando o verdadeiro multilateralismo.

Os cinco “trabalhar juntos” do presidente Xi ecoam os cinco princípios anteriores de coexistência pacífica promovidos pela China, Mianmar e Índia na década de 1950.

Por videoconferência com o presidente Xi, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, felicitou a China pela data, com os dois líderes expressando sua disposição de aprofundar a cooperação em uma grande gama de questões, das vacinas contra a Covid à redução da pobreza e ao enfrentamento das mudanças climáticas.

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