O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que está “pensando em trazer de volta a campanha que o DEM fez: ‘Xô, CPMF’”.
“Ninguém aguenta mais impostos no Brasil”, declarou em entrevista para o canal GloboNews, na quinta-feira (16).
Desde o começo do governo, Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, têm procurado motivos para recriar o imposto, que era rechaçado pelos brasileiros e foi derrubado pelo Congresso Nacional em 2007.
A campanha “Xô, CPMF” pedia para que os eleitores ligassem para o gabinete dos congressistas ou enviasse e-mails pedindo para que a CPMF, que taxava as movimentações bancárias, fosse rejeitada.
Rodrigo Maia acredita que a proposta do governo Bolsonaro “não passa” na Câmara. “Vamos cuidar da simplificação dos impostos, cortar distorções como o lucro presumido, entre outros. Agora, novos impostos, eu acho que a sociedade está cansada. E, certamente, vai ter muita dificuldade de passar na Câmara dos Deputados”.
Para ele, a proposta “não ajuda de forma nenhuma” e “tira a produtividade”.
Durante a pandemia, o governo Bolsonaro tem argumentado que a volta da CPMF é necessária para bancar o auxílio emergencial e outras medidas.
Falam, inclusive, que a CPMF substituirá a desoneração da folha de pagamento das empresas, cuja prorrogação foi vetada por Jair Bolsonaro.
Para Maia, “o importante é que a gente acelere a reforma tributária. Ela melhora a produtividade do setor privado e melhora o ambiente de negócios para que o setor privado volte a investir e a gerar emprego, isso, sim”.
O debate sobre a criação de um novo imposto “vem da década de 1990, criar imposto para resolver problema. Você resolve um problema e cria um novo problema”.
Sobre a política ambiental do governo, Maia afirmou que “cada vez isso está ficando relevante, muitos investidores, fundos, vão querer um ‘selo verdade’ das empresas e dos governos. Então, se nós não compreendermos isso rápido, vamos ter muita dificuldade para voltar a crescer”.
O presidente da Câmara ainda fez comentários sobre o veto de Bolsonaro à prorrogação da desoneração durante a pandemia para as empresas. “Temos 17 setores que têm um custo, essa prorrogação por um ano, de R$ 10 bilhões. Se o Congresso decidir derrubar esse veto, vai precisar encontrar os R$ 10 bilhões, o espaço dentro do orçamento desses R$ 10 bilhões. Já divulguei uma nota oficial, essa matéria de forma nenhuma é inconstitucional. […] [A prorrogação] é constitucional e, se o Congresso derrubar o veto do governo, vai precisar na Lei Orçamentária de 2021 encontrar os R$ 10 bilhões de espaço orçamentário para garantir a derrubada do veto”, disse.