XP/Ipespe: Bolsonaro é reprovado por 52%, pior marca desde o início do governo; só 25% apoiam

Resultado da pesquisa comprova sua crescente condução desastrosa na economia e na pandemia. Lula e Ciro, que alcançou 10% das intenções de voto no primeiro turno, batem Bolsonaro no segundo

O presidente Jair Bolsonaro voltou a experimentar piora de avaliação entre os brasileiros, em julho, e passou a acumular tendência negativa por nove meses.

É o que mostra nova rodada da pesquisa XP/Ipespe divulgada nesta quinta-feira (8).

O levantamento, realizado entre os dias 5 e 7 de julho, aponta Bolsonaro no pior momento dele diante da opinião pública.

RUIM OU PÉSSIMA

A nova pesquisa apontou que, 52% dos entrevistados classificam a gestão de Bolsonaro como ruim ou péssima — oscilação ascendente de 2 pontos percentuais em relação a junho.

Trata-se, pois, de o maior patamar desde o início do mandato. Bolsonaro derrete à medida que o povo vai vendo a corrupção, exposta pela CPI, no governo em torno da compra de vacinas contra a Covid-19.

ÓTIMA OU BOA

São dois extremos. Na outra ponta, 25% dos brasileiros avaliam a atual administração como ótima ou boa — 1 ponto percentual a menos do que no mês passado.

É o mesmo nível registrado em maio de 2020, o menor desde que Bolsonaro se mudou para o Palácio da Alvorada. Outros 21% consideram o governo regular e 2% não responderam.

LULA E CIRO

Sobre as eleições de outubro de 2022, a pesquisa mostra que tanto Lula quanto Ciro batem o atual mandatário, em segundo turno.

Pela pesquisa, Lula mantém trajetória de crescimento e atinge 38% das intenções de voto em cenário estimulado (quando são apresentados ao eleitor possíveis nomes de candidatos) em primeiro turno.

Desta forma, o líder petista abre vantagem de 12 pontos percentuais sobre o presidente Jair Bolsonaro, segundo colocado na pesquisa, com 26%.

Na espontânea (quando os eleitores indicam seus votos sem que lhes sejam apresentados nomes de candidatos), ambos (Lula e Bolsonaro) estão tecnicamente empatados, com respectivamente, 25% e 22%.

Ciro Gomes, do PDT, vem em terceiro, com 10%. Ele rompe, pela primeira vez, a barreira dos dois dígitos.

SEGUNDO TURNO

Em eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro, se a eleição fosse hoje, os antípodas ficariam assim: 49% a 35%.

Se a disputa fosse entre Ciro e Bolsonaro, o cenário seria: 43% a 33%.

Contra João Doria (PSDB), atual governador de São Paulo, Bolsonaro venceria por 37% a 34%.

A disputa entre Bolsonaro e o atual governador tucano do Rio Grande, Eduardo Leite, o primeiro venceria, em disputa apertada, o segundo, por 35% a 32%.

OUTRAS INVESTIGAÇÕES

No mesmo levantamento, mostra-se que 81% dos entrevistados dizem ter tomado conhecimento das suspeitas de corrupção envolvendo a compra de vacinas contra a Covid-19.

Este dado já é resultado das investigações e ampla veiculação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid-19 do Senado, cuja instalação se deu em 27 de abril.

A CPI investiga as ações, omissões e inações do governo Bolsonaro na gestão da pandemia.

Para 41%, a responsabilidade é de membros do governo. Outros 15% apontam o presidente Jair Bolsonaro. E 28% indicam envolvimento de ambos. Por todos os ângulos Bolsonaro está implicado na tragédia pandêmica que levou, até o momento, a vida de 530.648 mil brasileiras e brasileiros.

Foram realizadas 1.000 entrevistas, de abrangência nacional, conduzidas por operadores. A margem máxima de erro é de 3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

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