Entidades repudiam postagem da apoiadora de Bolsonaro com mandato na Câmara dos Deputados. Ela ainda usa passagem bíblica ao defender Israel e a matança indiscriminada em Gaza e Cisjordânia
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), uma das mais ruidosas extremistas seguidoras do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), comparou a população palestina, que vem sendo massacrada pelas forças militares de Israel, a ratos. Isto não poderia vir de outra pessoa.
Em publicação no X — antigo Twitter —, postada na quinta-feira (2), Dia de Finados, a radical de extrema-direita divulgou ilustração em que mostra rato com bandeira da Palestina prestes a ser capturado por águia, com as bandeiras de Israel e dos Estados Unidos nas asas.
Ao fundo, há cidade sendo bombardeada.
Com seguinte frase bíblica: “Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão. Isaías 40:31”.
INCENTIVO AO GENOCÍDIO
A publicação da bolsonarista tem gerado inúmeras críticas e a deputada está sendo acusada de incentivar o genocídio que Israel vem promovendo na Faixa de Gaza e Cisjordânia.
“Este é um chamado ao genocídio. Que vergonha você ser cúmplice do genocídio”, escreveu no espaço de comentários, por exemplo, o perfil “Palestina Hoy”.
A Fepal (Federação Árabe Palestina do Brasil) disse que Carla Zambelli “publicou uma peça de propaganda SIONISTA de estética nazista profundamente racista com os palestinos”. “Estamos fartos de racismo e discurso de ódio contra os palestinos”, diz a entidade palestina, apontando ainda que “aquilo é a mais pura propaganda sionista”.
A deputada federal Jandira Feghali (RJ), líder da bancada do PCdoB, condenou a ação:
“Para os que tem a desfaçatez de defender o extermínio de Israel contra palestinos e atacar um povo que vem sendo humilhado e massacrado, trazemos a veracidade das imagens que nenhuma narrativa fascista pode esconder. Para cada palavra de ódio, morte e dor utilizada em nome da fé, trazemos a denúncia da crueldade que vem sendo praticada contra milhares de bebês, crianças, jovens, mulheres e idosos”.
MATANÇA
Depois de 27 dias de incessantes ataques a Gaza, o número de mortos chegou a 9.601, sendo 3.760 crianças.
Na segunda batalha por Fallujah, no Iraque, em 2004, que durou 6 meses, a Cruz Vermelha estima que 800 civis tenham sido mortos.
Na batalha por Mosul, também no Iraque, que durou mais de 9 meses, as estimativas de civis mortos variam de 2.521 (Nações Unidas) a 40 mil.