Deputada terá de pagar indenização de R$ 3 mil à professora. O deputado Gustavo Gayer (PL-GO), que compartilhou os dados pessoais da professora, também foi condenado. Eles ainda podem recorrer
A deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) foi condenada pela Justiça de São Paulo por divulgar o número do telefone celular de professora que havia lhe chamado de “fascista”, em mensagem privada nas redes sociais.
Zambelli precisará pagar indenização de R$ 3 mil à professora, segundo a sentença da juíza Camila Franco Bariani.
Além da parlamentar, o deputado Gustavo Gayer (PL-GO), que compartilhou os dados pessoais da professora, foi condenado.
Segundo Bariani, a divulgação do número do telefone celular foi indevida.
Esses deputados bolsonaristas não se cansam dessas ações deletérias, que na verdade lhes causam mais prejuízos à imagem e ao bolso. Isso ocorre, porque, ao fim e ao acabo, eles deixam de cumprir o papel para o qual foram eleitos para enveredaram por “guerras digitais” nas redes sociais.
São useiros e vezeiros nessa prática.
DEPUTADOS QUERIAM REPRESÁLIA
“Os requeridos [os deputados] são pessoas públicas e possuem ciência do enorme alcance que suas mensagens públicas atingem”, escreveu a juíza na decisão.
“Ao divulgarem o número privado da autora do processo nas suas redes sociais, certamente procuravam que os seguidores oferecessem algum tipo de represália”, completou.
“INCONFORMADA COM ATITUDES”
De acordo com o blog de Rogério Gentile, do UOL, a professora disse que mandou mensagem à deputada, pois “estava inconformada com atitudes”, que Zambelli havia tomado.
A mensagem dizia: “cu de mascar rola. Vsf fascista do kralho.”
A professora informou à Justiça que Zambelli divulgou captura de tela da mensagem nas redes sociais dela, sem ocultar o número de telefone. Ela relatou que, devido a isso, começou a receber ligações durante a madrugada e mensagens de texto ofensivas e ameaçadoras de seguidores da parlamentar.
CINISMO
Para se defender, cinicamente, a deputada alegou que não cometeu nenhuma ilegalidade.
Agora imagine, uma deputada, cuja função precípua é formular e apresentar à Câmara dos Deputados, para a sociedade, com esse tipo de postura ilegal e criminosa. A Justiça não poderia tomar outra decisão senão condená-la.
“A responsabilidade de toda e qualquer exposição sofrida é da própria requerente [a professora], já que não se privou de cometer o ato ilícito com seu número de celular e com sua foto, o que demonstra seu descompromisso com sua imagem”, declarou a defesa de Zambelli à Justiça.
Já Gayer, escreveu que a professora “tenta se beneficiar da própria torpeza, pois foi ela quem iniciou o imbróglio com agressões verbais” à Zambelli.
Os parlamentares ainda podem recorrer da decisão, em primeira instância.
M. V.