O economista Roberto Gianetti da Fonseca, coordenador da campanha de João Dória, e consultor de Geraldo Alckmin, ambos do PSDB, foi alvo nesta quinta-feira (26) da 10ª fase da Operação Zelotes.
Segundo a Polícia Federal, a empresa Paranapanema repassou R$ 8 milhões à empresa de consultoria de Gianetti, a Kaduna. Investigadores apontam que ele teria ficado com R$ 2,2 milhões. O restante do dinheiro foi repassado a dois escritórios de advocacia, e, através desses escritórios, a ex-conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
O repasse para ex-integrantes do Carf serviu, segundo o Ministério Público, para manipular o julgamento no conselho e a decisão ser favorável à Paranapanema. A empresa conseguiu se livrar de uma multa de R$ 650 milhões.
O procurador Frederico Paiva, responsável pelo caso, está convencido de que a suposta consultoria de Gianetti à Paranapanema, que encobriu a propina, não foi de fato executada. “A participação do economista citado, ela precisa ser melhor esclarecida, ela precisa ser melhor aprofundada. Mas é evidente que os valores foram repassados – ainda que se alegue, [como] em todos os casos da Zelote vai se alegar – que a consultoria foi feita, a consultoria foi realizada. Mas a gente não tem nada, uma reunião, um relatório… Nada concreto”, afirmou o promotor.
Além de coordenador da campanha de Dória, Gianetti foi secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex) no governo Fernando Henrique Cardoso. Ele foi integrante, junto com Dória, de uma arapuca batizada de Lide (Grupo de de Líderes Empresariais), montada para armar negociatas e atacar as ideias de economistas nacionalistas e progressistas. Gianetti foi diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).