O ex-ministro da Fazenda do governo Dilma Rousseff, Guido Mantega, tornou-se réu no âmbito da Operação Zelotes e passará a responder a uma ação penal pelo favorecimento do Grupo Cimento Penha em julgamento no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), órgão para o qual as empresas recorrem contra multas aplicadas pela Receita Federal. Mantega também foi ministro da Fazenda e Planejamento do governo Lula.
Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF), ele beneficiou o empresário Vítor Sandri, amigo do ex-ministro e dono da Cimento Penha, multada pela Receita em R$ 110,4 milhões, em valores atualizados.
Mantega é acusado por quatro crimes contra a ordem tributária e responderá por patrocinar, “direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público”.
A denúncia foi acolhida na segunda-feira (12) pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal. A decisão leva ao banco dos réus – além de Mantega e Sandri – outros 11 acusados por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. O MPF aponta que para livrar a empresa da multa houve pagamento de propina de R$ 1,25 milhão.
Mantega confessou ter uma conta em banco do exterior de US$ 600 mil (quase R$ 2 milhões), alegando ser resultado de uma herança paterna.