A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, exigiu aos Estados Unidos “medidas sérias” após a morte de George Floyd, o homem negro que foi assassinado selvagemente por um policial em Minneapolis, na semana passada. “Este é o mais recente de uma longa série de assassinatos de afro-americanos desarmados cometidos por policiais e pessoas armadas. As autoridades dos EUA têm que tomar medidas sérias para pôr fim a estes crimes”, disse em Comunicado.
As enormes e diárias manifestações em dezenas de cidades dos Estados Unidos revelam “a discriminação racial endêmica que têm sido ignoradas durante muito tempo” , constatou Bachelet .
Floyd morreu por asfixia depois que um policial ficasse ajoelhado sobre seu pescoço durante mais de 8 minutos, estando a vítima algemada e deitada no chão. O homem gritou em reiteradas ocasiões que não podia respirar, enquanto o sujeito o mantinha preso no chão. Essa imagem foi reproduzida milhões de vezes no mundo inteiro.
A ex-presidente do Chile assinalou que “este é o último de uma longa série de assassinatos de negros desarmados, cometidos por policiais estadunidenses e gente armada”.
“Lamento ter que somar o nome de George Floyd ao de Breonna Taylor, Eric Garner, Michael Brown e tantos outros afro-estadunidenses desarmados que morreram nos últimos anos pelas mãos da polícia”, afirmou.
“As autoridades devem tomar medidas sérias para por fim a estes assassinatos, e garantir que se faz justiça quando ocorrem”, disse.
“Nos Estados Unidos, as manifestações (…) revelam não só a violência policial contra os negros como também as desigualdades no âmbito da saúde, educação e emprego e ainda a discriminação racial endêmica”, acrescentou.
“As estatísticas mostram um impacto devastador do Covid-19 nas populações de origem africana, assim como nas minorias étnicas de certos países como Brasil, França, Reino Unido e Estados Unidos”, sublinhou Bachelet.
Nos Estados Unidos, a taxa de mortalidade das pessoas positivas ao Covid-19 é duas vezes superior entre os negros que em outras comunidades, segundo a comissária da ONU.