O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que “as instituições não podem e não devem aceitar os ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF). A nossa democracia precisa que as instituições e as suas decisões sejam respeitadas”.
“O presidente foi eleito de forma democrática e precisa respeitar as instituições democráticas. É isso que a gente cobra, que a gente pede: serenidade, equilíbrio e liderança”, disse. “Os limites são dados pela nossa Constituição e pelo STF”.
Em entrevista à UOL, Maia criticou o grupo bolsonarista autodenominado “300 do Brasil” por ter feito uma manifestação com máscaras e tochas, ao estilo Ku Klux Klan, em frente ao STF.
“Um grupo minoritário e racista. É inaceitável que se faça um evento como esse em frente ao Supremo. O que eles querem? Intimidar o Supremo pelas decisões que toma? Ameaçar da forma como se ameaçou é inaceitável”.
“Eu acho que a Justiça tem que, respeitados os limites da lei, tomar decisões duras em relação às ameaças que se fazem aos ministros do STF, como também muitas vezes é o parlamento é atacado, o presidente da Câmara, o presidente do Senado”, comentou.
Para ele “quando é uma crítica, até mais dura isso é da democracia e da liberdade de expressão. Mas notícias falsas, ameaças… Por que se fazem ameaças? Porque se quer impedir que o outro continue cumprindo suas funções constitucionais”.
“Porque se ameaça um ministro do STF? Porque não quer que o ministro continue investigando as fake news”, disse.
Rodrigo Maia avaliou que “as manifestações vêm num enfrentamento às instituições democráticas. Isso não pode ser aceito e precisa ser repelido por todos nós que defendemos a democracia”.
“A minha sensibilidade é que a sociedade majoritariamente rechaça completamente qualquer ameaça a nossa democracia. Não vejo nas Forças Armadas nenhum respaldo a esses movimentos políticos” que atacam as instituições democráticas..
“A maioria absoluta da sociedade, certamente perplexa, não aceita que a gente possa ver movimentos em 2020 contra o Supremo, contra o Congresso Nacional, muitas vezes apenas porque diverge ou faz uma crítica numa entrevista como essa”.
O presidente da Câmara relatou que tem sido vítima dos ataques bolsonaristas desde o ano passado. “O ataque não é a quem faz algo que em tese não está correto, mas a quem diverte, a quem contraria a política do governo”.