O Amazonas voltou a bater recorde de internações pelo novo coronavírus em um único dia, no domingo (27) com 95 novas hospitalizações. É o maior número de internações em um dia desde maio, quando foram registradas 82 hospitalizações.
Segundo o boletim diário da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), houve aumento de 61% no número de internados, entre os dias 1º e 25 de dezembro. Para abrir novos leitos para pacientes, a Secretaria de Estado de Saúde tem reorganizado as unidades da rede pública. Por isso, o governo estuda abrir um novo hospital de campanha para dar conta da demanda.
Atualmente, o hospital de referência Delphina Aziz, em Manaus, opera com mais de 92% dos leitos de UTI destinados à Covid-19 ocupados.
Segundo a FVS-AM, foram registrados 429 novos casos e entre os casos confirmados, há 645 pacientes internados, sendo 392 em leitos (107 na rede privada e 285 na rede pública), 245 em UTI (88 na rede privada e 157 na rede pública) e oito em sala vermelha, estrutura voltada à assistência temporária para estabilização de pacientes críticos/graves.
Há ainda outros 147 pacientes internados considerados suspeitos e que aguardam a confirmação do diagnóstico. Desses, 101 estão em leitos clínicos (55 na rede privada e 46 na rede pública), 40 estão em UTI (23 na rede privada e 17 na rede pública) e seis em sala vermelha.
Nos próximos dias, o número de leitos vai aumentar ainda mais e deve chegar a 150. Além disso, os hospitais 28 de Agosto e Platão Araújo também passaram a ter leitos destinados a pacientes com coronavírus.
Já os pacientes de outras doenças que estavam internados nesses hospitais foram realocados para o Hospital e Fundação Adriano Jorge, Hospital Universitário Getúlio Vargas, além de outras unidades incluídas no planejamento.
Além do hospital de campanha, o Estado também pretende credenciar novos leitos na rede privada para atender à demanda da rede pública, embora os principais hospitais particulares já tenham comunicado oficialmente que estão com 100% dos leitos ocupados.
O estado do Amazonas enfrenta desde o início da pandemia uma das situações mais graves do país. Até o domingo, mais de 5,1 mil já morreram por Covid-19, e mais de 600 encontravam-se internadas. Os dados foram atualizados no boletim epidemiológico divulgado pela Fundação de Vigilância em Saúde.
A previsão é de que, nos próximos 20 dias, a rede pública de saúde receba maior pressão, e um novo pico da pandemia já é esperado.
O Estado chegou a anunciar medidas mais restritivas para o comércio para conter a transmissão do coronavírus, mas com o país dividido entre aqueles que querem combater a pandemia e o presidente Jair Bolsonaro negando a periculosidade da Covid-19 para a saúde dos brasileiros e fazendo campanha contra a vacina, comerciantes em Manaus não se convenceram da necessidade de restringir a circulação de pessoas na época em que mais vendem e fizeram um protesto contra as medidas anunciadas pelo governador.
Após as manifestações, o governo voltou atrás.
O que muda a partir desta segunda-feira (28):
• estabelecimentos comerciais poderão abrir de 8h às 16h, de segunda a sexta-feira. Nos fins de semana, eles devem operar apenas por delivery ou drive-thru;
• shoppings da capital devem funcionar de 12h às 20h, de segunda a sexta. Nos fins de semana, também devem operar apenas por delivery ou drive-thru;
• bares, restaurantes, lanchonetes, lojas de conveniência e flutuantes na modalidade restaurante devem funcionar pelo período de 6h diárias, somente até às 22h;
• flutuantes estão proibidos de funcionar para locação;
• realização de festas e eventos, tanto em espaços públicos quanto privados, permanecem proibidos. O governo espera manter a ocupação em 70% para poder fazer novas flexibilizações do isolamento. “Nós estamos, até terça-feira, ampliando em mais 95 leitos, sendo 45 de UTI, e 40 leitos clínicos. Recebemos respiradores. A nossa expectativa é que até terça essa nossa taxa de ocupação caia pra 70%, e isso nos dá uma tranquilidade maior de ir fazendo esse equilíbrio”, disse o governador Wilson Lima.