O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, revogou a nomeação da médica Mara Regina Cordeiro Pezzino para o cargo de diretora-geral do Hospital Federal de Ipanema, no Rio de Janeiro.
A médica aparece como signatária de um documento de 2020 intitulado “Manifesto em defesa da Vida e do tratamento pré-hospitalar da Covid”, que defende o uso de cloroquina — medicamento que não tem eficácia contra a doença.
Mara Regina também se manifestou a favor destes medicamentos em redes sociais. Até terça-feira (20), sua foto de perfil no Facebook contava com um selo dizendo: “Eu apoio o tratamento precoce e preventivo, está salvando vidas”. Em uma postagem no Twitter no dia 17 de janeiro, ela reafirma o apoio ao uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) vem alertando desde o segundo semestre do ano passado que a cloroquina, a hidroxicloroquina e a azitromicina não têm eficácia comprovada contra a doença e podem provocar efeitos colaterais. Recentemente, o próprio Ministério da Saúde admitiu em documento enviado à CPI da Covid que os medicamentos não devem ser utilizados em pacientes hospitalizados por causa do coronavírus.
A portaria que revogou a nomeação da médica foi publicada no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (21). A nomeação para o cargo, que tinha saído na edição anterior do DOU.