Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes afirmaram que as Forças Armadas não apoiam os planos golpistas de Jair Bolsonaro.
Na sexta-feira (6), os três participaram de um seminário organizado pelo Insper.
Barroso, que é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e tem sido alvo constante de ataques e ofensas de Jair Bolsonaro, disse que “não acho que as forças armadas embarcaram nessa aventura”.
“Duvido muito que as suas lideranças [das Forças Armadas] se deixem seduzir por esse tipo de retrocesso histórico. Nós já superamos os ciclos do atraso”.
Jair Bolsonaro chamou Luis Roberto Barroso de “filho da puta” e tem divulgado fake news sobre o ministro e as eleições. Bolsonaro disse, sem apresentar nenhuma prova, que as eleições de 2014 e 2018 foram fraudadas.
Barroso comentou que “tenho uma postura pública firme de negar a probabilidade de golpe e de afirmar que as instituições estão funcionando”.
O ministro Alexandre de Moraes disse que acredita “fielmente nas instituições e que nós vamos continuar solidificando a democracia”.
“Não acho que bravatas levem a golpe”, continuou.
Gilmar Mendes afirmou que “a democracia está solidificada”.
“Nós temos tido esses arroubos ao longo desses períodos, mas nós temos visto as respostas institucionais que têm prevalecido. De modo que eu responderia que as instituições têm funcionado”, continuou.
Por conta das ameaças de Jair Bolsonaro à democracia através da divulgação de fake news sobre o sistema eleitoral, o TSE encaminhou para o STF um pedido de investigação contra Bolsonaro.
Jair Bolsonaro foi incluído entre os investigados do inquérito das fake news, que é comandado por Alexandre de Moraes.
Moraes disse que “não há dúvidas de que as condutas do Presidente da República insinuaram a prática de atos ilícitos por membros da Suprema Corte, utilizando-se do modus operandi de esquemas de divulgação em massa nas redes sociais, com o intuito de lesar ou expor a perigo de lesão a independência do Poder Judiciário, o Estado de Direito e a Democracia”.
O ministro avalia que uma transmissão ao vivo feita por Bolsonaro exclusivamente para atacar as urnas eletrônicas “se revelou como mais uma das ocasiões em que o mandatário se posicionou de forma, em tese, criminosa e atentatória às instituições, em especial o Supremo Tribunal Federal”.
comportamento do Presidente da República mais do que justifica impeachment. República de frouxos.