Depoimento do líder do governo na Câmara era um dos mais aguardados pela cúpula da comissão. Barros foi citado por Bolsonaro no caso Covaxin. Bolsonaro nunca desmentiu o deputado Luis Miranda (DEM-DF)
“Eu quero que traga, primeiro, o depoimento do deputado Luis Miranda quando ele diz como foi a conversa e aí ele insinua que era um deputado e não quis falar o nome do deputado naquele momento”, esclareceu o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM).
“No final, ao ser perguntado pela senadora Simone Tebet, ele cita o seu nome. E eu disse, em todas as declarações, deputado Ricardo Barros, que não era necessária a sua presença aqui, bastava o presidente [Jair Bolsonaro] ter desmentido o deputado Luis Miranda, coisa que ele não fez em momento algum”, acrescentou.
Imediatamente quando o relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), começou a fazer as primeiras perguntas ao depoente, Barros, visivelmente nervoso questionou o papel da CPI e gerou tumulto. E Aziz suspendeu temporariamente reunião, que depois foi retomada.
OITIVA MUITO AGUARDADA
O líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), é ouvido pela CPI da Covid-19 no Senado, nesta quinta-feira (12). A oitiva é vista nos bastidores do Senado Federal como uma das mais aguardadas pela cúpula da comissão.
O requerimento de convocação do deputado foi protocolado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Nesta quarta-feira (11), porém, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), atendeu a pedido do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e transformou a convocação de Barros em convite.
A convocação de Barros estava prevista para antes do recesso parlamentar (18 a 31 de julho) e passou por série de trâmites jurídicos, incluindo o acesso de Barros a todos os documentos que citaram o nome dele na CPI até o início de julho.
BARROS: NÃO HAVERÁ PERGUNTAS SEM RESPOSTAS
Em entrevista à CNN na manhã desta quinta-feira, Barros afirmou que não vai deixar nenhuma questão dos senadores sem resposta. Ele fez apresentação inicial e, em seguida, se colocou disponível aos senadores.
Em depoimento à comissão, em 25 de junho, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) revelou que, ao contar para o presidente Jair Bolsonaro sobre os indícios de corrupção na aquisição da Covaxin, o chefe do Executivo teria mencionado que o caso teria o envolvimento de Ricardo Barros.
À época, Barros negou ser o deputado citado pelo presidente. Mas Bolsonaro nunca desmentiu a fala do deputado Luis Miranda à CPI.
M. V.
ricardo barros é apenas um respingo da lama fétida que inunda o (des)governo bolsonaro.