O procurador Lucas Furtado, subprocurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU), apresentou na quarta-feira (8) um pedido para que o órgão afaste, em decisão cautelar, os presidentes da Caixa, Pedro Guimarães, e do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro.
O pedido foi encaminhado à presidente do TCU, Ana Arraes.
Lucas Furtado entendeu que houve abuso de poder dos presidentes dos bancos públicos no episódio que marcou a assinatura de um manifesto pela Federação dos Bancos Brasileiros (Febraban).
Informações apontam que os executivos teriam ameaçado sanções contra outras instituições que assinassem o documento.
“É clara afronta aos princípios constitucionais da impessoalidade, da moralidade e afronta à Lei das Estatais”, afirmou o procurador.
Ele apontou na representação que os presidentes da Caixa e do BB teriam demonstrado que “o motor das decisões tomadas na condução das instituições que dirigem possui forte viés político, em afronta ao esperado zelo pelo interesse público e não do governo de plantão”.
O caso começou quando a Caixa e o Banco do Brasil ameaçaram se desfiliar da Febraban por entender que o teor do texto “A Praça é dos Três Poderes”, capitaneado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), seria crítico ao governo de Jair Bolsonaro.
Conforme mostrou a colunista Malu Gaspar, em reportagem citada pelo procurador na peça, o presidente da Caixa chegou a ameaçar os bancos privados de perder negócios com o governo se assinassem o manifesto da Fiesp.