Em seu primeiro compromisso oficial após desembarcar nos Emirados Árabes Unidos, Jair Bolsonaro teve uma reunião bilateral com o emir de Dubai, Mohammed bin Rashid Al Maktoum, no pavilhão reservado às autoridades na Expo 2020.
Autoridade máxima do emirado desde 2006, o emir é um dos homens mais ricos do país e já esteve envolvido em várias controvérsias. Entre elas, a acusação de ter sequestrado duas de suas filhas, as princesas Shamfa e Latifa, impedindo-as de deixar o país, além de ter ameaçado a mãe delas, princesa Haya, uma de suas ex-mulheres.
O sequestro foi denunciado pelas princesas à emissora britânica BBC. Elas também processaram o pai numa corte britânica, que condenou o emir pelo sequestro e por ameaças.
Bolsonaro afirmou que a conversa com o emir, que durou cerca de 20 minutos, foi uma visita de cortesia. “Foi uma troca de impressões, de ideias, de coisas simples”, disse o presidente. Segundo ele, ambos conversaram sobre acordos de cooperação nas áreas de educação, agricultura, ciência e tecnologia e temas militares.
No entanto, quando indagado sobre os acordos na área da educação, ele desconversou: “eu não vou entrar em detalhes”, numa clara demonstração de que tais acordos ou não existem ou, se existem, não devem significar nada para o país.
O presidente chegou a Dubai no sábado (13) para uma visita de seis dias pelo Oriente Médio, que incluirá também Bahrein e Catar. Está acompanhado de uma comitiva que inclui os ministros Paulo Guedes (Economia), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Carlos França (Relações Exteriores), Gilson Machado (Turismo) e Augusto Heleno (Segurança Institucional). Também participam da viagem dois de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), além do secretário de Cultura, Mário Frias.
Ele se hospedou em um dos hotéis mais caros da extravagante cidade no Golfo Pérsico, o Habtoor Palace, considerado um dos hotéis cinco estrelas mais luxuosos nos Emirados, onde deve ficar até a próxima terça-feira (16). Bolsonaro dormirá em uma suíte que custa R$ 22 mil por dia.
O presidente comentou a apoiadores, no dia 3, que ele se hospedaria no Catar em um hotel bancado pelo príncipe do emirado.
“Vou ficar num hotel hiperluxuoso, a diária deve ser uns US$ 4 mil [cerca de R$ 22 mil], mas vai ser de graça, pelo príncipe lá, ok? Até a primeira-dama vai querer ir, pô. O quarto é tão luxuoso que você não dorme”, disse Bolsonaro ao deixar o Palácio da Alvorada.
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