Depois de desrespeitar a Constituição, dando indulto a um parlamentar fascista que ameaçou degolar o ministro Alexandre de Moraes, o “mito” insinuou que ministros do Supremo é que estariam “agindo fora das quatro linhas”. Declarações foram feitas em ato de apoio a Daniel Silveira no Planalto
Jair Bolsonaro (PL) segue sem governar e a única coisa que faz é criar confusão. Ele voltou a atacar e lançar suspeitas sobre o processo eleitoral. A declaração foi feita num ato no Planalto, nesta quarta-feira (27), em apoio ao deputado fascista condenado por ameaçar de morte o ministro Alexandre de Moraes, do TSE. Ele disse que só vai confiar no resultado das urnas se o TSE aceitar as sugestões das Forças Armadas sobre a apuração dos votos.
CONTAGEM DOS VOTOS
“Precisamos de uma maneira, e nessas nove sugestões, existe uma maneira de a gente confiar nas eleições. Uma das sugestões das Forças Armadas, não tem nada a ver com sigilo das eleições, é que, no final, quando se encerram as eleições, e os dados vêm da internet para cá, tem um cabo no final que alimenta a sala secreta do Tribunal Superior Eleitoral – dá para acreditar nisso? Sala secreta? Onde meia dúzia de técnicos dizem ali no final: ‘olha, quem ganhou foi esse’”, disse Bolsonaro.
Esta é, sem dúvida, uma nova forma de Bolsonaro ameaçar as eleições. O TSE tem suas normas técnicas de funcionamento que impediram qualquer interferência no processo nestas últimas décadas. Nunca houve nenhuma denúncia de fraude eleitoral com estes métodos. Não é Bolsonaro, que não tem nenhuma credibilidade que vai colocar “gente sua” para acompanhar o processamento dos dados. E o TSE já deixou isso bem claro.
Vejam como ele se refere de forma desrespeitosa às Forças Armadas brasileiras, uma instituição da República.
“A gente espera que, nos próximos dias, o Tribunal Superior Eleitoral dê uma resposta às sugestões das Forças Armadas. Porque eles nos convidaram. Nós aceitamos, estamos colaborando com o melhor do que existe entre nós e essas sugestões todas foram técnicas. Não se fala ali de voto impresso, não precisamos de voto impresso para garantir a lisura das eleições”, afirmou Bolsonaro. As Forças Armadas, como instituição, assim como a academia e outras organizações foram convidadas. Não existe isso de nos convidou. Bolsonaro, que é parte interessada e não está incluído a nada neste processo.
Depois de atacar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele partiu para acusações ao Supremo Tribunal Federal (STF). Insinuou que ministros estariam agindo fora das quatro linhas da Constituição. Disse que “nós temos jogado dentro das quatro linhas” da Constituição” e “quem estiver jogando fora das quatro linhas, é nossa obrigação trazê-los para dentro das quatro linhas.” Os mais variados juristas do país garantem que o decreto de Bolsonaro, “perdoando” o crime de Daniel Silveira um dia depois dele ser condenado por 10 a 1 no STF, é inconstitucional.
Mais uma vez, na defesa que fez do deputado condenado, Bolsonaro tentou confundir o conceito de liberdade de expressão com direito de cometer crimes e ficar impune. Daniel Silveira convocou as pessoas para invadirem o STF, cortarem a cabeça do ministro Alexandre de Moraes e a colocarem na lata do lixo. Ele participou de atos pelo fechamento do Congresso e do Supremo e pela reinstituição do AI-5, instrumento que cassou parlamentares, acabou com o habeas corpus e permitiu a tortura e a morte de opositores do regime.
ATO FALHO: TEMOS UM CHEFE DO EXECUTIVO QUE MENTE
Num dado momento, ao tentar atingir o ministro Luiz Roberto Barroso, do STF, ele cometeu um ato falho. Afirmou que “temos um chefe do Executivo que mente”. “Mente o ministro Barroso quando diz que [o inquérito da PF sobre um ataque hacker ao TSE] era sigiloso. Mente. É uma vergonha. Para as Forças Armadas, se um militar mente, acabou a carreira dele. O cabo não sai sargento. O subtenente não sai tenente. O coronel não sai general. Não tem prescrição para isso. E temos um chefe do Executivo que mente”, disse o presidente.
Segundo Bolsonaro, não foi fácil decidir pelo perdão da pena do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado a 8 anos e 9 meses de prisão em regime fechado por ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). “Alguém acha que é fácil eu decidir a graça do deputado Daniel? Não faltou gente para cima de mim. Você vai ter um problema como Supremo, olhas as ações contra o governo que pode vir. Eu não posso acreditar em retaliação.”
“A gente anistia inocentes, se coloque no lugar do deputado Daniel Silveira, mesmo levando em contas as palavras que ele proferiu, é liberdade de expressão. Quem porventura se ver ameaçado, prejudicado, entra na Justiça, esse é o caminho certo para as coisas, e pelo que sei, a punição jamais será prisão. Nós temos que defender não é legislativo, executivo ou judiciário, temos que defender a nossa liberdade”. Bolsonaro, com essas declarações, simplesmente defende o direito de Silveira conclamar as pessoas a invadirem a Corte e cortar a cabeça de ministros do STF.
a covardia escancarada do stf e congresso é que está levando bolsonaro e sua corja a ameaçarem a Democracia e as eleições, e rasgar a Constituição.