Disse que o TSE tem obsessão por afastá-lo. Não é verdade. Quem vai afastá-lo é o povo brasileiro, com o seu voto nas urnas. Ataque ao tribunal é só preparação de terreno para tumultuar eleições
Jair Bolsonaro afirmou, nesta quarta-feira (15), em entrevista a uma TV, que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quer tirá-lo da Presidência. “Não existe mais lei no Brasil por parte do Supremo Tribunal Federal, é uma obsessão por tentar me tirar daqui, ou me fazer inelegível, ou me fazer perder as eleições”, declarou o presidente da República. “Os ministros do STF não sabem o que é o povo da rua aqui fora”, acrescentou.
É O VOTO POPULAR QUE VAI TIRÁ-LO, NÃO O TSE
A manifestação de Bolsonaro só pode ser sintoma de seu nervosismo exacerbado, que tem sido notado até mesmo por seus aliados, causado pela proximidade das eleições. A verdade é que a inflação descontrolada, a volta da fome, que atinge 33 milhões de brasileiros, e os resultados das pesquisas eleitorais têm provocado muito nervosismo no mandatário. Isso está levando Bolsonaro a dizer muitas besteiras, inclusive que o TSE quer tirá-lo do governo.
Quem vai tirá-lo da Presidência da República não são os ministros do TSE. Quem vai derrotá-lo em outubro é o povo brasileiro, através do seu voto na urna. O TSE vai apenas garantir que esse voto seja respeitado e apurado.
É exatamente o “povo da rua” que está demonstrando, através das pesquisas de opinião, que não quer continuar com o seu desgoverno, com a carestia desenfreada, com o desemprego, a fome e o descaso do governo com os problemas da população.
Bolsonaro diz que o povo está com ele, mas a realidade do Brasil é muito diferente de seus cercadinhos. Essa conversa de que o “povo” quer que ele continue é mais uma das farsas de Bolsonaro. Ele mente e agride o TSE com a intenção de enfraquecer a autoridade da Justiça Eleitoral. Ele quer desgastar o tribunal e, com isso, preparar o terreno para criar tumulto nas eleições.
JESUS E AS ARMAS
Ao invés de apresentar propostas para enfrentar os problemas da população, ao invés de se solidarizar com as famílias do indigenista e do jornalista, Bruno e Dom, assassinados na Amazônia, ele demonstra sua desumanidade e insinua que os dois foram culpados pela própria morte. Disse que eles eram “malvistos” pelos madeireiros ilegais e garimpeiros de terras indígenas, todos eles seus apoiadores.
Ao invés de apresentar propostas para melhorar a economia do país, para resolver a tragédia da inflação e do desemprego, ele fez a única coisa que sabe fazer. Fez apologia das armas e da violência. Disse que, se no tempo de Jesus Cristo existissem fuzis e pistolas, o filho de Deus compraria uma. Citou passagens da bíblia para defender essa blasfêmia. Nada mais falso e mentiroso.
O farsante quer fazer uma mistura sórdida de sua desumanidade, de sua fixação ao ódio, de sua tara por armas e por mortes com os ensinamentos cristãos de amor, de respeito e solidariedade. Associar Cristo ao uso de armas é uma heresia, um desrespeito, uma afronta ao verdadeiro cristianismo, que está muito distante de Bolsonaro, de sua família e de suas milícias.
Cristo não pregou a morte e a violência. Pregou “amar ao próximo como a si mesmo”. Pregou dar a outra face. Bolsonaro prega o ódio ao próximo acima de tudo. Defende assassinos. Manipula pastores para a cobrança de propinas. Nada mais distante de Cristo.
Tudo em Bolsonaro é contrário ao que Jesus Cristo ensinou em sua passagem pela terra. Bolsonaro não passa de um farsante, um oportunista que se utiliza da religião para manipular a fé das pessoas. É por essas e por outras que o povo não quer que ele continue à frente do governo. E isso, ao contrário do que ele diz, não tem nada a ver com o TSE.