Anúncio foi postado na última quarta-feira (12) em plataforma digital e o sacerdote disse que só vai voltar para as redes sociais depois do dia 31
“Depois das ofensas de hoje [quarta-feira] contra o papa, contra os bispos, contra mim, com calúnias e palavras de baixo calão, estou fechando esta página até dia 31 de outubro”
Este foi parte do texto escrito pelo Padre Zezinho, na sua rede social, na última quarta-feira (12), após receber ofensas de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, que, segundo ele, “são católicos radicais que prefeririam o partido político ao catecismo católico”.
Padre Zezinho é famoso pelas músicas cristãs e tem legião de seguidores pelo país. Ele ficou irritado com o comportamento de bolsonaristas que usaram a rede social para ofender e polarizar sobre questões políticas, por conta do segundo turno das eleições presidenciais no Brasil.
“Querem um Brasil direitista ou esquerdista, porque está claro que não aceitam nenhuma pregação moderada que propõe diálogo político, social e ecumênico”, escreveu Padre Zezinho.
“Continuam a dizer que sou mau padre, que sou comunista e que sou traidor de Cristo e da Pátria porque ensino doutrina social cristã.”
QUEM É O PADRE ZEZINHO
José Fernandes de Oliveira, conhecido como Padre Zezinho, é um padre dehoniano, escritor e músico brasileiro. O Pe Zezinho é da primeira geração de padres cantores, surgido no início da década de 1980, em movimento de contraposição à Teologia da Libertação, segmento progressista da Igreja Católica, surgido no Brasil, e desmontado pelos papas João Paulo 2º e Bento 16.
Dehoniano, porque é seguidor da Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus, fundada Padre Leão João Dehon, nascido em 14 de março de 1843, na França, defendeu a participação social da Igreja, a instrução dos sacerdotes.
O QUE OCORREU
Bolsonaro esteve em campanha eleitoral, com apoiadores, que hostilizaram jornalistas da TV Aparecida, ligada ao Santuário Nacional de Aparecida, na última quarta-feira (12), quando foi celebrado o Dia de Nossa Senhora Aparecida. Imagens da CNN Brasil flagraram um dos momentos em que bolsonaristas ameaçavam e proferiam xingamentos contra funcionários do canal ligado à Igreja Católica.
Mais cedo, a comitiva do presidente causou alvoroço entre os fiéis, momentos antes do início da missa das 14h. O padre pediu silêncio, mas apoiadores tentaram puxar coro de “mito”.
Pela manhã, durante a homilia na principal missa celebrada no Santuário de Aparecida, o arcebispo da Arquidiocese, Dom Orlando Brandes, disse que é preciso combater o “dragão do ódio”, da mentira, do desemprego, da fome e da incredulidade.