Ex-deputado federal, aliado de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), está preso preventivamente desde outubro do ano passado
O STF (Supremo Tribunal Federal) formou na terça-feira (2) maioria de votos para manter a prisão preventiva do aliado de primeira hora e ex-deputado federal Roberto Jefferson. Nesta modalidade de detenção não há prazo para ser solto, até que o processo seja concluído
O ex-parlamentar foi preso, em outubro do ano passado, após oferecer resistência armada ao cumprimento do mandado de prisão decretado pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes. Na ocasião, Jefferson feriu policiais federais que foram cumprir o mandado de prisão.
O mandado foi expedido depois que o Jefferson publicou vídeo na internet no qual ofendeu, de forma vulgar e com palavras de baixo calão, a ministra do STF, Cármen Lúcia.
Na ocasião, o ex-deputado deu tiros de fuzil e lançou granadas contra os policiais federais que foram ao local executar a decisão da Justiça. Em função do episódio, ele foi indiciado pela PF (Polícia Federal) por quatro tentativas de homicídio e virou réu.
SEIS VOTOS E DECLARAÇÃO DE SUSPEIÇÃO
Até o momento, 6 ministros se manifestaram pela manutenção da prisão. Cármen Lúcia, alvo dos ataques de Jefferson, não votou e se declarou suspeita para julgar o caso.
Além do relator, Alexandre de Moraes, votaram para manter a prisão, os ministros Edson Fachin, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso.
Faltam votar, ainda, Gilmar Mendes, Nunes Marques e André Mendonça.
A votação é realizada no plenário virtual da Corte, modalidade na qual os ministros inserem os votos no sistema eletrônico e não há deliberação presencial. O julgamento vai até as 23h59.
Após a prisão, a defesa do ex-deputado alegou problemas de saúde e tentou transferi-lo do presídio de Bangu 8, no Rio de Janeiro, para hospital, mas o pedido foi negado.
AMIGO COMPROMETEU CAMPANHA DE BOLSONARO
Há quem diga fundamento, que essa ação tresloucada de Jefferson ajudou a comprometer e derrotar a reeleição do ex-presidente.
Do mesmo modo, às vésperas do pleito presidencial em segundo turno, a deputada reeleita Carla Zambelli (PL-SP) também foi responsabilizada pela derrota do ex-chefe do Executivo, por ter perseguido armada, com pistola, eleitor negro de Lula, em bairro nobre de São Paulo. O caso teve ampla repercussão negativa para o bolsonarismo.
M. V.