Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro deixou o BPE (Batalhão de Polícia do Exército), onde está preso desde março, sob forte esquema de segurança e passou cerca de 5 horas na PF
Preso desde 22 de março por ordem do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, o tenente-coronel do Exército, Mauro Cid, passou a tarde desta terça-feira (9) na sede da PF (Polícia Federal), em Brasília.
Segundo fontes da corporação à coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, Cid foi à sede da PF para 2 procedimentos:
1) assinar a degravação de depoimentos anteriores; e
2) prestar novo depoimento para esclarecer dúvidas dos delegados.
MAIS DEPOIMENTOS
O ex-ajudante de ordens do ex-chefe do Executivo, o inelegível Jair Bolsonaro (PL), deixou o BPE (Batalhão de Polícia do Exército), onde está preso, no início da tarde sob forte esquema de segurança.
Ele passou cerca de 5 horas na PF depondo.
Em março, o militar chegou a criticar, em áudio divulgado pela revista Veja, o que chamou de “narrativas” da PF nas oitivas realizadas pela corporação.
O áudio acabou levando Moraes a determinar nova prisão de Cid.
VOLTOU A SER PRESO
Cid, que havia fechado acordo de colaboração premiada com a PF, homologada pelo STF, sobre temas relacionados ao período em que foi ajudante de ordens do ex-presidente, teve a prisão preventiva decretada por Moraes, dia 22 de março, por ter cometido as seguintes irregularidades:
• gravou áudio e possibilitou a divulgação, pelas redes sociais, de acusações contra a PF e o STF. Além disso, ao gravar os áudios descumpriu o dever de manter em sigilo a delação, comentando em áudios temas em relação a essa; e
• obstruiu a Justiça, ao criar embaraço à investigação criminal.
MANTEVE TERMOS
O tenente-coronel foi chamado para audiência, dia 22 de março, com o juiz-instrutor do processo, no gabinete do ministro do STF. Na audiência, Mauro Cid afirmou que mantinha os termos e o conteúdo da delação.
O depoimento foi convocado após reportagem de Veja, com áudios em que critica o ministro Alexandre de Moraes e a PF, dizendo que assuntos que não foram ditos por ele estariam constando na delação.
NOVA PRISÃO
Mesmo assim, a pedido da PF, o ministro Alexandre de Moraes decidiu decretar nova prisão preventiva do ex-ajudante de ordens.
O ex-ajudante de ordens foi preso pela primeira vez, em 3 maio de 2023, na operação que investiga falsificação de cartões de vacinação de Bolsonaro, parentes e assessores.
A prisão preventiva foi flexibilizada para liberdade provisória, depois de assinatura de acordo de colaboração premiada, em 9 de setembro de 2023.
Segundo investigadores, o comportamento de Mauro Cid coloca em risco os relatos feitos por ele, com a qual ganharia benefícios na redução de penas e evitaria, assim, que familiares, como a mulher e o pai dele, fossem punidos na ação no STF.