
Procuradoria-Geral da República (PGR) já acabou de analisar as provas colhidas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e deve apresentar a denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) ainda em fevereiro, antes do carnaval.
Segundo o colunista do UOL, Tales Faria, membros do governo Lula que têm diálogo com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, falam que a denúncia pode ocorrer até mesmo nesta segunda-feira (17).
A denúncia envolverá somente os crimes relacionados à tentativa de golpe de estado que foi orquestrada por Jair Bolsonaro para manter-se no poder.
No indiciamento, a Polícia Federal apontou que o ex-presidente cometeu os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
A pena máxima, somando os três crimes, é de 28 anos de prisão, enquanto a mínima é de 11 anos.
O STF, no entanto, tem sido duro nas condenações dos participantes do ataque do dia 8 de janeiro, com penas que chegam a 17 anos.
A Polícia Federal revelou que Jair Bolsonaro pressionou os comandantes das Forças Armadas para que aderissem a um plano de impedir a posse de Lula.
Derrotado, Bolsonaro produziu com seus assessores um decreto presidencial que anularia as eleições. O grupo também preparou a prisão de autoridades, como o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do STF Alexandre de Moraes. A PF descobriu ainda uma trama para assassinar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
As provas corroboram com os depoimentos do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, que firmou um acordo de delação premiada.
Além desse caso, a PGR está analisando as provas colhidas sobre o roubo de joias da Presidência e a fraude em cartões de vacinação.
No caso das joias, em que Bolsonaro desviou ilegalmente da Presidência e levou para os Estados Unidos para transformar em dinheiro, o indiciamento foi pelos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Já no da fraude em cartões de vacinação, o indiciamento foi pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público.