Brasil e China definiram três metas centrais para ampliar a cooperação nuclear e acelerar a produção nacional de radiofármacos, após reunião nesta quinta-feira (13) entre a ministra Luciana Santos e o presidente da Corporação de Isótopos e Radiação da China (Circ), Xiao Yafei, em Brasília.
O objetivo é fortalecer pesquisa, transferência de tecnologia e ampliar a autonomia do país em insumos essenciais para diagnósticos e tratamentos de câncer e outras doenças.
A agenda tratou de pontos estratégicos: expansão da capacidade do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), mecanismos de cooperação técnica entre Ipen e Circ e formas de assegurar proteção à propriedade intelectual. A parceria busca transformar pesquisa em benefício direto para a população, reduzindo a dependência externa e criando bases para uma operação conjunta de longo prazo.
Luciana Santos destacou que “o cerne desta parceria é o avanço conjunto em pesquisa e desenvolvimento de novos radiofármacos, a realização de ensaios clínicos, a transformação industrial e o escalonamento da produção em território nacional. Nossa meta é garantir a localização da produção para termos maior autonomia e segurança, mantendo o foco em inovação e saúde”.
Ela ressaltou ainda que “as conversas regulares entre nossas equipes têm permitido avanços importantes na definição dos aspectos técnicos, comerciais e jurídicos que sustentam a viabilidade do empreendimento que pretendemos avançar conjuntamente”.
Xiao Yafei, por sua vez, reafirmou o interesse chinês em aprofundar a cooperação. Segundo ele, “a Circ quer promover essa parceria entre China e Brasil na área de tecnologia nuclear mais aprofundada”, mencionando que questões tributárias sobre importação de insumos seguem em análise. Ele também informou que a parceria deverá ganhar novo impulso em 2026, com planos de criar uma subsidiária no Brasil e formar uma equipe técnica dedicada para viabilizar a operação.
