Risco de fuga e ameaça à ordem pública levaram à prisão de Bolsonaro, diz Moraes

Bolsonaro violou tornozeleira eletrônica (repródução)

O condenado violou a tornozeleira eletrônica às 00h08 e seu filho fazia ataques à Justiça e à PF. Proximidade com embaixada dos EUA também pesou

O ministro Alexandre de Moraes, relator do processo que condenou Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e morte de autoridades, informou que a decretação da prisão preventiva, na manhã deste sábado (22), se deu por risco de fuga e ameaças à ordem publica.

Moraes afirmou que a tornozeleira de Bolsonaro foi violada por volta de meia-noite deste sábado. O ministro disse que recebeu um aviso de que o aparelho apresentou, às 00h08, algum tipo de violação. Além disso, Alexandre de Moraes considerou que uma vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em frente à casa do condenado “configura altíssimo risco para a efetividade da prisão domiciliar decretada e põe em risco a ordem pública e a efetividade da lei penal”.

O ministro escreveu que, embora o ato tenha sido apresentado como uma vigília pela saúde de Bolsonaro, “a conduta indica a repetição do modus operandi da organização criminosa liderada pelo referido réu”, com o uso de manifestações para obter “vantagens pessoais” e “causar tumulto”.

Veja aqui a nota de Alexandre de Morares na íntegra

Moraes também chamou a atenção para o fato de que o condomínio de Bolsonaro fica a cerca de 13 quilômetros do Setor de Embaixadas Sul, em Brasília – onde fica a embaixada dos EUA – e que fica a uma distância que, segundo ele, pode ser percorrida em menos de 15 minutos de carro. Em fevereiro de 2024, o ex-presidente passou duas noites na Embaixada da Hungria, em Brasília, após ser alvo de uma operação da PF.

“A informação constata a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho”, disse o ministro na decisão. Bolsonaro aguarda o final do julgamento mas já estava em prisão domiciliar, sob monitoramento e restrições, desde 4 de agosto, por tentativas de atrapalhar as investigações e obstruir a ação da Justiça.

Após os trâmites iniciais, Bolsonaro foi levado para a Superintendência da PF no Distrito Federal, onde ficará em uma “sala de Estado”, espaço reservado para autoridades. Ele terá direito a audiência de custódia – medida que os bolsonaristas atacam sistematicamente e reusam para presos comuns – onde poderá estar diante de um juiz e questionar a sua prisão. A sala reservada para Bolsonaro na sede da PF tem mesa de escritório, cama, banheiro privativo, janela, ar-condicionado e frigobar.

A defesa de Bolsonaro alega que ele está gravemente doente e que tem risco de vida. Esta alegação foi usada também pelo senador Flávio Bolsonaro ao convocar tumulto em frente a casa do condenado. Registre-se que não há nada de grave com a saúde do ex-presidente que chefiou a tentativa de golpe, este sim capaz de causar mal à saúde e até á vida de muita gente. O plano Punhal Verde Amarelo, criado pela organização criminosa, previa o envenenamento do presidente da República eleito e a eliminação física do vice-presidente a República e do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

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