A defesa do banqueiro fraudador tentou vincular a prisão do criminoso à operação Overclean, que tem Kassio Nunes como relator
Matéria da jornalista Malu Gaspar, de “O Globo”, desta segunda-feira (8), revela que o plano do banqueiro Daniel Vorcaro, que deu um golpe bilionário em clientes e no sistema financeiro, era que o seu caso fosse enviado para o ministro Nunes Marques, do STF. Os advogados alegaram que o documento da empresa do deputado João Carlos Bacelar (PL-BA), encontrado pelos investigadores, ligaria o caso à operação Overclean, que apura desvios de emendas parlamentares.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques é o relator da Operação Overclean, que apura um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e desvios de recursos públicos na execução de emendas parlamentares. Os advogados de Vorcaro alegaram que havia uma conexão com as duas apurações.
“O reclamante [Vorcaro] não conhece detalhes das investigações da Operação Overclean, cujos autos estão em sigilo, mas aparentemente existem instrumentos jurídicos referentes a operações comerciais similares (operações imobiliárias), com registros encontrados de forma semelhante em cumprimento de medidas de busca e apreensão, e investigados comuns, o que sugere uma possível correlação dos feitos”, alegou a defesa.
O primeiro passo do plano de Vorcaro para se livrar da cadeia foi questionar a competência da Justiça Federal de Brasília. A defesa alegou que ela não era o foro competente para cuidar das investigações por conta do contrato imobiliário apreendido pelos investigadores que menciona uma empresa do deputado federal João Carlos Bacelar (PL-BA). Bacelar também seria investigado pela Overclean.
Segundo Malu Gaspar, embora Bacelar tenha de fato enviado emendas para Boquira, cidade que teve o prefeito preso na operação por desvio de recursos, o deputado não é investigado, pelo menos por enquanto. A presidência do Supremo analisou o pedido e não caiu na conversa de Vorcaro. Ela considerou que o caso Master não tinha ligação com a Overclean e determinou o sorteio eletrônico entre os integrantes da Corte.
Com o sorteio, a reclamação do banqueiro foi enviada a Dias Toffoli. Mesmo não caindo nas mãos do ministro Kássio Nunes, como pretendia a defesa de Vorcaro, o plano acabou dando certo, porque os advogados encontraram o respaldo de Dias Toffoli. O ministro, que viajou para Lima, para assistir à final da Libertadores em um jato particular pago pelo advogado de Vorcaro, determinou na última quarta-feira (3) que o foro competente para cuidar do caso é o STF e decidiu colocá-lo sob máximo sigilo. A decisão também interrompeu todas as investigações sobre o rombo bilionário.
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