Transferência foi barrada por decisão de Gilmar Mendes
Na última quarta-feira (8), a Procuradoria Geral da República (PGR), defendeu em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) a transferência do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, para um presídio federal.
Segundo a procuradora Raquel Dodge, Cabral “desempenhou função de liderança em organização criminosa” no Rio e que por isso tem recebido privilégios indevidos dentro do presídio.
Para ela, Cabral consegue, através de sua influência no Rio, receber informações privilegiadas e fazer ameaças ao juiz Marcelo Bretas, relator das ações penais as quais o ex-governador responde.
“É por esta razão que, para evitar que o paciente exerça sua condição de líder de organização criminosa, com força política e poder de influência inegáveis no Estado do Rio de Janeiro, para obter e gozar de benefícios indevidos no cárcere e receber informações privilegiadas aptas a causar embaraços, intimidação e ameaçar ostensiva ou veladamente o magistrado competente para processar e julgar diversas ações penais que tramitam contra ele, é necessária sua transferência para um dos presídios federais”, destacou a procuradora.
Há duas semanas, o ministro Gilmar Mendes negou pedido de transferência feito por Bretas, argumentando que não teria como confirmar que o ex-governador estaria recebendo informações indevidas dentro da prisão.
Ainda na última quarta-feira, o ex-governador Sérgio Cabral pediu desculpas ao juiz Marcelo Bretas, em audiência. A Polícia Federal investiga, a pedido do MPF, a produção de dossiês contra Bretas e contra procuradores da força-tarefa da Lava-Jato no Rio a mando de Cabral.