As lideranças do Governo Popular Revolucionário do Iêmen anunciaram um cessar-fogo, com a suspensão de incursões com mísseis e drones em direção a alvos localizados na Arábia Saudita, expressando a expectativa de que a Arábia Saudita tome atitude similar suspendendo bombardeios a alvos civis que já duram 4 anos e meio causando centenas de mortes no Iêmen.
A mensagem foi pronunciada pelo líder da Revolução do Iêmen, Sayyed Abdulmalik, diante de uma multidão reunida na praça Bab Al Yemen, no centro da capital Sana’a, nos festejos do 21 de Setembro, celebração do 5º ano da vitória Revolução.
Abdulmalik chamou os sauditas a se “interessarem pela iniciativa adiantada pelo presidente Mahdi Al-Mashat; pararem com a agressão, bombardeio e bloqueio, enquanto o Exército Popular e os Comitês Populares suspendem ações dirigidas ao interior saudita com mísseis e drones”.
“É bom”, prosseguiu, “que as forças da agressão parem com seus ataques e tirem as corretas lições da grave falência a que chegaram”.
Ele congratulou o povo iemenita pelo “5º aniversário da vitória da abençoada revolução popular de 21 de setembro, que foi uma das conquistas mais importantes na busca da libertação de nosso povo da tutelagem estrangeira e pela libertação com a restauração da independência, soberania e Liberdade”.
“Nossa vitória deriva dos sacrifícios, paciência e firmeza de nosso povo. É a vitória de nossa força, enquanto que a agressão hoje se enfraquece e começa a sua retirada”, destacou Abdulmalik.
O presidente do Conselho Político Supremo, Mandi Al-Mashat, congratulou-se com “o povo, o Exército e os Comitês Populares que estão lutando por sua independência em várias frentes”.
Mashat felicitou os projetos no terreno militar “elevando o nível de treinamento do combatente iemenita, desenvolvendo estratégias e planos militares correspondentes, construindo e desenvolvendo a indústria militar e as condições requeridas à batalha militar com base nas mentes e baços iemenitas”.
Mashat declarou anistia a todos os detidos por colaboração com os sauditas e os instou a “aproveitarem a oportunidade, voltando ao perfume da pátria e do caminho correto”.
Ele declarou que os iemenitas marcam o 5º aniversário da Revolução com o lançamento de uma iniciativa de paz chamando “todas as partes a se engajarem de forma séria em negociações reais que levem a uma reconciliação nacional abrangente e que não exclua nenhuma corrente iemenita”.
“Declaro que paramos as ações que visavam alvejar a Arábia Saudita com drones, mísseis e mísseis de cruzeiro”.
‘Esperamos”, prosseguiu, “pela mesma e melhor resposta com o anúncio da suspensão de ataques e bombardeios aéreos de nosso território iemenita, ao mesmo tempo em que nos reservamos o direito responder, caso as nossas inciativas não encontrem resposta e a agressão continue”.
“Nossa expetativa”, concluiu, “é que, em respeito ao sofrimento do povo iemenita, seja imediatamente levantado o bloqueio ao nosso aeroporto e ao porto de Hodeidah. Que seja suspensa a interceptação de navios direcionados ao porto de Hodeidah e se permita a segurança para aviões que nos trazem medicamentos”.
O presidente iemenita aproveitou a oportunidade para pedir à ONU que apoie a iniciativa e monitore os esforços pela paz, em especial os que já estão em andamento com as negociações para a desmilitarização da região onde fica situado o porto de Hodeidah.
IRÃ ANUNCIA PLANO DE PAZ PARA A REGIÃO
Dirigindo-se a Washington, o presidente do Irã, Hassan Rouhani, pediu: “não mandem caças, bombas e outras perigosas armas de guerra para a região”.
“Estendemos a mão da amizade a todos os nossos vizinhos”, acrescentou ao prometer a apresentação de um plano de paz em sua intervenção, que se dará em Nova Iorque, na Assembleia Geral da ONU.
Ele declarou ainda, diante de um desfile militar, no domingo, que o Irã saberá reagir no caso de Washington ou Riad preferirem apelar para a guerra: “Não vamos permitir que ninguém viole nossas fronteiras”.
Rouhani prometeu que seu plano, se executado, vai “garantir a paz e segurança para a navegação” no estreito de Ormuz que conecta o Golfo de Omã ao Golfo Persa.