Frente às levianas acusações de “agressão militar” e “economia predatória” feitas à China pelo chefe do Pentágono, Mark Esper, em Tóquio, editorial do Diário do Povo lembrou que as guerras lançadas ou apoiadas por Washington jogaram países “como Afeganistão, Iraque, Líbia e Síria – entre outros – no caos e derramamento de sangue”
Declarações do secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, durante visita ao Japão, em que acusou a China de “agressão militar” e “economia predatória” que “violam a ordem internacional baseada em regras”, foram refutadas pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, na quinta-feira (8). Em resposta a um repórter, ela afirmou que a comunidade internacional tem um julgamento justo sobre “quem é que viola as normas internacionais e quem as defende”.
As alegações de Esper também foram rechaçadas em editorial do principal jornal chinês, o Diário do Povo, como “absurdas” e “cheias de arrogância e hipocrisia típicas dos EUA”.
Hua assinalou que “algumas pessoas nos Estados Unidos estão atribuindo diversas etiquetas à China com uma mentalidade da Guerra Fria e de um jogo de soma zero, enquanto ignoram os fatos básicos. Tal medida é injusta, imoral e mal-intencionada”.
Como apontou a porta-voz, “a China é comprometida com um desenvolvimento pacífico e uma política de defesa de natureza defensiva. A China é um construtor da paz mundial, um contribuinte ao desenvolvimento mundial e um defensor da ordem internacional. Ao contrário, os Estados Unidos possuem centenas de bases militares em todo o mundo, desdobram centenas de milhares de tropas fora do seu próprio território e iniciaram muitas guerras em outros países”.
“Ao ser tal país que desdobra tropas e exibe força em todo mundo, os Estados Unidos não têm absolutamente nenhuma razão nem direito de criticar outros países”, acrescentou.
Hua destacou, ainda, que a China conduz uma cooperação de benefício mútuo com outros países em desenvolvimento. “Fazemos tudo o que podemos para dar a eles assistência sem precondições políticas. Nossa cooperação impulsionou com eficácia o desenvolvimento econômico e social local e melhorou a vida das pessoas. É calorosamente recebida pelos países em desenvolvimento”.
Citando o ditado chinês “fique de pé, e sua sombra não será torta”, a porta-voz da diplomacia chinesa enfatizou que o mundo sabe claramente quem está infringindo as regras internacionais e quem as está defendendo.
Como registrou o Diário do Povo, “no mundo de hoje, que país é o promotor da paz e do desenvolvimento e qual país é o causador de turbulência em todo o mundo? Quem é o defensor da ordem internacional e quem descarta as regras internacionais intencionalmente? Os fatos são a evidência mais forte”.
O jornal ressaltou ainda que a “China sempre foi uma nação amante da paz”. Desde a fundação da República Popular da China, há 70 anos, “a paz e o desenvolvimento, a cooperação e o progresso ganha-ganha foram os temas da diplomacia chinesa”.
Ao contrário do que Esper falsamente chamou de “agressão militar” – acrescentou o Diário do Povo -, a China “estabeleceu pacificamente as questões de fronteira com a maioria de seus vizinhos terrestres e defendeu a solução pacífica de disputas para ajudar a promover a tranquilidade no Mar do Sul da China”.
A publicação também rebateu tal caracterização de “predatória”, apontando o sucesso da proposição da iniciativa Cinturão e Estrada (Nova Rota da Seda) nos países beneficiados.
O editorial também lembrou as guerras lançadas ou apoiadas por Washington, que deixaram países “como Afeganistão, Iraque, Líbia e Síria em constante caos e derramamento de sangue”.
Apontou também a nova doença norte-americana, a “síndrome da retirada”, com os EUA sucessivamente “se retirando do Acordo de Paris sobre mudança climática, da Organização Educacional, Científica e Cultural da ONU, do acordo nuclear com o Irã e do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário”.
“Olhando para turbulências políticas, crise de refugiados e outras dificuldades e desafios em muitas partes do mundo hoje, quase todos os problemas parecem estar relacionados aos Estados Unidos”, registrou o editorial. E concluiu: “uma mentira contada mil vezes ainda é mentira. Os truques para provocar problemas não podem mudar nem alterar a verdade”.
ANTONIO PIMENTA