Aeroporto de LA é suspenso por falta de controladores de voo após fechamento do governo Trump

Ausência de controladores de voo levou direção do aeroporto de Los Angeles a suspender suas atividades (WJBC)

Os voos com destino e de partida do Aeroporto Internacional de Los Angeles, foram temporariamente suspensos na manhã de domingo (26) devido a ausência de controladores de voo, de acordo com Administração Federal de Aviação (FAA).

A FAA ordenou a suspensão temporária de voos em um dos aeroportos mais movimentados do mundo logo após o Secretário de Transportes dos EUA, Sean Duffy, prever que os passageiros enfrentariam mais atrasos e cancelamentos de voos nos próximos dias, já que os controladores de tráfego aéreo do país trabalham sem remuneração durante a paralisação do governo federal.

Por causa da paralisação de do setores de serviços do governo dos EUA, uma vez que o orçamento de Trump não foi até aqui aprovado pelo Congresso, cerca de 13 mil controladores de tráfego aéreo e 50 mil agentes da Administração de Segurança no Transporte (TSA) estão trabalhando sem receber salário desde o início do mês.

O “fechamento” do governo americano – shutdown   no jargão de Washington – foi declarado em 1º de outubro, quando começa o ano fiscal de acordo com a lei dos EUA, devido à falta de acordo sobre o orçamento entre a maioria republicana e a minoria democrata. E já completou 27 dias sem perspectiva de solução. 

Com o governo impedido de gastar, milhares de servidores públicos são colocados em licença, enquanto outros, que trabalham em serviços essenciais, podem ter os salários suspensos. A remuneração será paga de forma retroativa quando o orçamento for normalizado, declara o governo.

“CONTROLADORES NO LIMITE”

Durante uma entrevista ao programa “Sunday Morning Futures”, da Fox News, Duffy apontou que controladores estão faltando ao trabalho por motivos de saúde.

“Só ontem… tivemos 22 alertas de falta de pessoal. Esse é um dos números mais altos que vimos desde o início da paralisação. E isso é um sinal de que os controladores estão no limite”, disse ele.

A FAA informou que os aviões com destino a Los Angeles foram mantidos nos aeroportos de origem a partir das 11h42 de domingo (horário da Costa Leste), com atrasos médios de uma hora e 40 minutos.

A falta de pessoal também causou interrupções em decolagens e pousos no domingo nos aeroportos internacionais de Newark Liberty (em Nova Jersey) e Teteboro, além do Aeroporto Internacional do Sudoeste da Flórida, em Fort Myers, segundo a FAA.

De acordo com o site Flight Aware, especializado em rastreamento de voos, mais de 5,3 mil voos registraram atrasos nos Estados Unidos no sábado, e outros 2,5 mil já haviam sido afetados até o meio-dia de domingo (horário de Washington). Desde o início da paralisação, os atrasos têm se mantido acima da média.

SITUAÇÃO DEVE PIORAR

Sem previsão de solução para o impasse, o secretário de Transporte assinalou que a escassez de controladores deve aumentar nos próximos dias, resultando em mais atrasos e cancelamentos de voos.

Ao meio-dia de domingo, a FAA já havia identificado déficit de pessoal em seis aeroportos norte-americanos.

Segundo Duffy, ficando sem remuneração muitos controladores têm buscado outras fontes de renda. “Eles estão procurando empregos temporários, tentando se virar”, afirmou.

A FAA opera atualmente com cerca de 3,5 mil controladores a menos do que o ideal, e muitos deles já vinham trabalhando em regime de horas extras obrigatórias e jornadas de seis dias por semana antes mesmo da paralisação.

As autoridades chegaram a reduzir o tráfego aéreo em Nova York e Washington.

Duffy e outros republicanos criticaram os democratas por se oporem a um projeto de lei emergencial de financiamento sem condicionantes.

Os democratas têm se recusado a aprovar o orçamento exigido pelos republicanos para reabrir o governo, a menos que o partido de Trump aceite restabelecer subsídios de saúde e reverter cortes feitos pela “Grande e Bela Lei”, promovida recentemente pelo presidente.

Segundo o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO, na sigla em inglês), o projeto sancionado em 4 de julho deixará 11 milhões de americanos sem cobertura médica.

Esse número se somaria aos 4 milhões de americanos que, segundo os democratas, perderão seu seguro de saúde no próximo ano se os subsídios não forem renovados.

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