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Jair Bolsonaro realizou seu último pronunciamento enquanto presidente, nesta sexta-feira (30), antes de viajar para os Estados Unidos e disse que “nada justifica” os atos terroristas que seus apoiadores estão realizando em Brasília, tentando se distanciar do movimento que surgiu por seus ataques à democracia.
Bolsonaro, que perdeu as eleições para Lula por uma diferença de dois milhões de votos, vai viajar para os Estados Unidos para não passar a faixa presidencial para o petista.
“Nada justifica aqui em Brasília essa tentativa de ato terrorista no aeroporto de Brasília, nada justifica. Um elemento que foi pego, graças a Deus, com ideias que não coadunam com nenhum cidadão”, falou.
As manifestações nos quartéis do Exército e os atentados terroristas que lá foram organizados nasceram das provocações e ameaças de Jair Bolsonaro à democracia.
Na live, Bolsonaro disse que “o voto você vê pelas ruas (…) e nós levamos multidões para as ruas”, mais uma vez deixando espaço para que seus apoiadores pensem que o pleito foi fraudado.
Jair está usando seu partido, o PL, para promover ações sem pé nem cabeça acusando de fraude as eleições presidenciais. Durante seu mandato, disse abertamente que “a fraude está no TSE [Tribunal Superior Eleitoral]”.
As mesmas urnas, que, segundo ele, foram fraudadas, foram usadas na eleição de senadores, deputados federais e estaduais e governadores, mas Bolsonaro prefere não tocar no assunto. O TSE já rejeitou a ação do PL e puniu o partido, com uma multa de R$ 22,9 milhões, por litigância de má-fé.
Alguns bolsonaristas, organizados no acampamento em frente ao QG do Exército em Brasília, tentaram explodir um caminhão com combustível que ia em direção ao aeroporto da capital. O atentado não foi concretizado porque o motorista do caminhão ligou para a polícia ao perceber o explosivo.
O terrorista admitiu que suas ações foram influenciadas pelo discurso de Bolsonaro. Com os criminosos foram apreendidas submetralhadoras, fuzis e milhares de cartuchos de munição.
Em depoimento à polícia, o terrorista George Washington de Oliveira Souza contou que o plano era instaurar o “caos” na capital para que as Forças Armadas impedissem a posse de Lula.
Mesmo assim, Jair se preocupou em reclamar que a imprensa “massifica em cima do cara como bolsonarista o tempo todo”.
O candidato derrotado também voltou a falar que está faltando liberdade no Brasil e que pessoas que estão apenas “duvidando” estão sendo presas.
“Essa falta de liberdade que estamos vivendo, e não é de hoje, prejudica a democracia. Isso aí, no futuro, se continuar, vai pegar todo mundo”, falou o grande democrata que defende a tortura, torturadores, ditadura, se queixando que o regime de não matou 30 mil pessoas.
Durante seu mandato, Bolsonaro concedeu perdão presidencial para o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), após este ter sido condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por atacar a democracia e ameaçar ministros da Corte.
Na live desta sexta-feira (30), Bolsonaro também reclamou que “fomos proibidos de discutir a questão da Covid, você não podia falar sobre Covid. Tudo era ‘não existe comprovação científica’, até a liberdade dos médicos foi tolhida”.
Seu governo conseguiu tocar uma política sem nenhum fundamento científico, baseada na mentira da cloroquina e no negacionismo, que levou à morte mais de 692 mil brasileiros.
Ele também disse que está sendo processado por ter lido “duas linhas da Revista Exame”, referindo-se à decisão da PF de indiciá-lo, a partir de janeiro, por ter associado casos de Aids à vacinação contra Covid-19.
Em resumo, Bolsonaro não se emenda e só disparou baboseiras na sua última (felizmente!) live. Continua o mesmo Bolsonaro das fake news e da impostura. Nem na live de despedida se redimiu, continuou mentindo.
Até chorou lágrimas de crocodilo para sensibilizar os incautos e desprevenidos.