O blogueiro Allan dos Santos, que é foragido da Justiça, e o ministro das Comunicações do governo Bolsonaro, Fábio Faria, trocaram acusações depois de terem se encontrado em evento nos Estados Unidos.
Os dois participaram de um evento evangélico e conservador nos Estados Unidos, a convite de um pastor que apoia o governo Bolsonaro. Eles se sentaram lado a lado no evento.
Segundo Fábio Faria, ele não tinha sido informado da presença de Allan dos Santos e “se soubesse, não teria comparecido”.
Em nota divulgada para colegas, o ministro disse que Allan dos Santos é “às vezes apoiador do governo e outras muito crítico ao governo e membros do governo, eu por exemplo sou um alvo constante”.
Allan dos Santos, dono do site Terça Livre e que está nos Estados Unidos enquanto tem um mandado de prisão emitido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), disse que Fábio Faria o criticou porque queria, na verdade, “um poodle”.
“Há pessoas que não compreendem a diferença entre ser um jornalista e um assessor de imprensa. O Fábio Faria é uma delas. Se ele precisa e deseja um poodle para chamar de seu, ao menos reconhece que não sou um pet”.
Allan é amigo pessoal da família Bolsonaro, já que usava seu site para atacar, com fake news, a democracia e adversários do governo. O deputado federal Eduardo Bolsonaro pagava o aluguel de uma mansão que Allan morou em Brasília.
Na mensagem publicada no Telegram, Allan ainda falou que “o Marcelo Odebrecht nunca me apelidou de nada”. Ele se refere, com isso, às investigações de que Fábio Faria era parte da lista de pessoas que recebia propina da Odebrecht.
As delações de ex-executivos da empreiteira mostraram que Faria era chamado de “bonitão” ou “garanhão” pela empresa. O inquérito foi arquivado em 2017 pela então procuradora-geral da República (PGR), Raquel Dodge.
Allan dos Santos é procurado da Justiça por conta de seus ataques à democracia, através de notícias falsas que produziu e divulgou em seu site. Ele também publicou mentiras sobre o coronavírus, que atrapalharam o combate à pandemia.
O governo Bolsonaro está atuando para impedir que ele seja preso. Delegados da Polícia Federal e servidores do Ministério da Justiça que tinham ligação com o processo de extradição foram exonerados ou transferidos para outras áreas.