Para Ieda Vasconcelos, da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, mais aumento de juros “será um retrocesso que o país não merece assistir”
A economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, afirma que a decisão do Banco Central de elevar a taxa Selic para 13,25% ao ano “terá reflexos diretos na economia, especialmente no setor produtivo”.
“O custo do crédito impede novos investimentos e, com isso, prejudica não somente a geração de renda e emprego, mas também a produtividade das empresas e o crescimento sustentado da economia”, alertou a economista no site da CBIC, nesta quinta-feira (30), após a reunião do Comitê de Política Monetária do BC que elevou a Selic em um ponto percentual.
A CBIC cita uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada às véspera da reunião do Copom, destacando que “os juros elevados foram apontados como o principal problema do setor em 2024”. No último trimestre de 2024, 34,1% dos empresários indicaram a taxa de juros como a principal dificuldade enfrentada pelo setor.
Em comunicado, após a reunião do Copom, o BC afirma que deve realizar mais um aumento de 1 ponto na taxa Selic na próxima reunião, em 18 e 19 de março, atendendo às demandas do mercado financeiro, que pressiona para que a Selic encerre 2025 em 15% ao ano, o maior nível dos últimos 20 anos, com os juros reais o segundo maior do mundo, atrás apenas da Argentina.
“Caso esse resultado se confirme, será um retrocesso que o país não merece assistir”, avalia Ieda Vasconcelos.