Opção da agência é sempre castigar o consumidor e favorecer as bilionárias operadoras privadas de energia
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) “boicota o país” ao aumentar as contas de energia ao invés de utilizar o fundo bilionário Conta Bandeiras para impedir aumento nas cobranças.
A Conta Bandeiras, “abastecida” com parte dos pagamentos de energia, tem R$ 5 bilhões atualmente, informou Silveira. Esse dinheiro pode ser usado em momentos de necessidade, como na seca atual, para impedir cobranças a mais nas contas de luz.
“Entendo que os valores do saldo não deveria ser tão altos e poderia ser usado em parte para impactar menos o consumidor de energia neste momento”, disse o ministro.
“Tomara que os diretores da Aneel sejam responsáveis com a responsabilidade que eles dizem ter e a prerrogativa de decidir quanto os brasileiros e brasileiras e quanto a nossa economia paga pela energia”, pressionou Silveira.
A Aneel anunciou que a partir da quarta-feira (2) as contas de energia terão a bandeira vermelha, patamar 2, que é o mais alto. As contas são acrescidas em R$ 7,877 a cada 100 KWh.
Alexandre Silveira comentou que, com isso, a Agência “assume a responsabilidade” sobre o crescimento das contas de luz.
“Se ela se alinhar às políticas públicas do governo, vai me alegrar, mas se ela continuar sendo uma agência que trabalha contra o país e contra o governo, boicotando o governo, essa questão de bater no peito e chamar os custos tarifários para ela vai me preocupar muito. Mas eu não deixarei de defender o interesse do povo brasileiro”, completou.
Ao aumentar as tarifas e não utilizar o fundo feito para isso, a Aneel “demonstra que ela politiza muito uma agência reguladora que deveria ter caráter mais técnico e falar mais para dentro e menos para fora”.
O ministro de Minas e Energia criticou, ainda a “tanta falta de sintonia entre os seus diretores e de tanta falta de convergência com a área técnica”.