Apesar de protagonizar sucessivos apagões que deixaram milhões de paulistas sem energia nos últimos anos, a Enel São Paulo recebeu autorização da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para aplicar um aumento de 13,94% nas contas de luz a partir desta sexta-feira (4). O reajuste afeta consumidores já penalizados por serviços instáveis, interrupções prolongadas e falta de resposta eficiente da empresa.
Para residências atendidas em baixa tensão, o acréscimo será de 13,26%. Já para consumidores de alta tensão, como indústrias e grandes comércios, o reajuste será ainda mais salgado: 15,77%. Segundo a agência reguladora, os principais responsáveis por essa alta foram “os encargos setoriais, com efeito de 6,44% sobre o índice de reajuste, e a retirada de componentes financeiros que foram contabilizados no reajuste anterior, com impacto de 7,97%”.
A Enel São Paulo atende 8 milhões de unidades consumidoras na capital e região metropolitana e tem um faturamento anual de R$ 22 bilhões. Mesmo com esse porte e lucro, a empresa não foi capaz de evitar os grandes apagões de 2023, quando milhões ficaram dias no escuro após chuvas em novembro e dezembro. Moradores ficaram sem luz por mais de 15 dias, e o atendimento da empresa foi amplamente criticado por falta de preparo e agilidade.
Em 2023, houve um aumento de 28% nas ocorrências de interrupção de energia elétrica na área de atuação da Enel em São Paulo, com um total de 284.706 casos.
BANDEIRA VERMELHA
A população continua sendo penalizada: além do reajuste médio de quase 14%, “manterá a conta de luz na bandeira vermelha patamar 1, o que representa um acréscimo de R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos”.
