“Ações como esta definitivamente não cabem no estado democrático de direito”, destacou o presidente do Senado
O senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado, afirmou nesta terça-feira (10) que o Congresso Nacional não vai se submeter a “arroubos, a bravatas, a ações que definitivamente não calham no estado democrático de direito”. A declaração foi feita na abertura da sessão de hoje do Senado. Ele garantiu estar atento a manifestações que possam constranger o Senado e a Câmara.
“Sobre essa manifestação de hoje, desfiles de tanques das Forças Armadas em Brasília, que muitos senadores apontaram como algo que seria indevido, inoportuno, um tanto aleatório. Devo dizer para aqueles que assim interpretaram, que está reafirmado o nosso compromisso com a democracia. E absolutamente nada, e ninguém, haverá de intimidar as prerrogativas do Parlamento”, garantiu Pacheco durante abertura da sessão plenária.
Jair Bolsonaro e o ministro da Defesa, Braga Netto, patrocinaram uma cena deprimente na manhã desta terça-feira (10) ao organizarem a passagem por Brasília do comboio da Marinha que se dirigia ao município de Formosa, no interior de Goiás, para a realização de um exercício militar de rotina. A atitude, marcada para o dia da votação do voto impresso pela Câmara dos Deputados, foi vista como um desrespeito às Forças Armadas e uma provocação do Planalto ao Congresso Nacional.
Nenhum dos presidentes dos demais poderes da República, convidados para o desfile, compareceram ao evento. Nem mesmo o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, prestigiou o ato. Parlamentares de diversos partidos criticaram a atitude. O general Santos Cruz afirmou que o desfile foi uma “infantilidade desnecessária”.
“Não é possível acreditar em tanta ingenuidade e incompetência de avaliação do Ministério da Defesa. Isso é um desrespeito ao Congresso, um desrespeito ao Brasil”, disse o general Santos Cruz. “Essa imagem vai ser um vexame nacional e internacional”, completou o general.