
O presidente equatoriano, Lenin Moreno, está na Inglaterra desde o dia 22 e pode acertar um acordo para entregar o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, asilado na embaixada do país em Londres, desde 2012, conforme afirmou o jornalista Glenn Greenwald, em matéria publicada pelo site The Intercept.
Para Greenwald, Moreno “viajou a Londres na sexta” com “objetivo real e oculto” de “reunir-se com autoridades inglesas para firmar um acordo sob o qual o Equador retirará sua proteção de asilo a Julian Assange”, e assim “expulsá-lo da embaixada equatoriana em Londres”, para depois “o fundador do WikiLeaks” ser entregue “às autoridades inglesas”. O motivo formal da visita está ligado ao evento “Aliança Internacional para a Deficiência de 2018”, onde Moreno deve discursar.
Citando uma fonte não identificada, próxima ao Ministério das Relações Exteriores do Equador e ao gabinete do presidente, Greenwald afirma que Moreno está “próximo da finalização” do acordo, isso se ele já “não o tiver finalizado”. Para ele, com base nesse acordo, a expulsão de Assange da embaixada do Equador pode ocorrer ainda essa semana.
Greenwald avalia que no melhor cenário, Assange permanecerá preso por mais um ano “apesar de nunca ter sido acusado, e muito menos condenado por qualquer crime”.
Em 2018, o asilo de Assange, na embaixada do Equador, em Londres, completou seis anos, sendo está sua única saída para se defender da orquestração da justiça sueca, em conluio coma Inglaterra e Washington. Na ocasião, o governo Obama organizou um processo judicial secreto contra Assange.
Embora as autoridades suecas tenham recuado, Londres manteve a perseguição contra Assange, alegando que este faltou a uma audiência no país. O governo inglês também recusou qualquer compromisso para não extraditá-lo aos EUA.
Conforme afirmou o documentarista australiano, John Pilger, em junho, o único crime de Assange foi expor como ninguém os crimes de guerra dos EUA no Iraque e Afeganistão. “Em toda a minha vida, nenhum jornalismo investigativo pode se igualar à importância do que o WikiLeaks fez ao convocar o poder para prestar contas”.
De acordo a reportagem, o governo equatoriano não só trama o fim do asilo, como silenciou Assange respondendo à pressão dos EUA. “A grande questão, conforme salienta Greenwald, é se os EUA irão indiciá-lo e buscar sua extradição”.