
Países do Oriente Médio, América Latina e África, assim como Rússia, China e Japão se unem para condenar o insano e não provocado ataque de Israel ao Irã. Também houve manifestações populares, neste final de semana, com a participação de artistas, líderes sindicais e parlamentares.
Entre os vários países onde houve atos contra o ataque ao Irã, destacamos
LONDRES
Contrapondo-se ao governo do primeiro-ministro Keir Starmer que manda recursos para Israel, centenas de britânicos se reuniram em frente à embaixada israelense em Londres no sábado (14) para protestar contra a agressão de Israel contra o Irã.
Ao condenar a ofensiva israelense, os participantes exigiram o fim dos ataques e uma resposta decisiva da comunidade internacional a essa agressão.
Os manifestantes carregavam a bandeira iraniana e cartazes com mensagens como: “Israel, você é um fardo para a humanidade” e “Condene o ataque de Israel ao Irã”.
Segundo a mídia local, o Movimento da Juventude Palestina foi o organizador desta manifestação em Londres.
NOVA IORQUE
Em Nova York, manifestantes denunciaram os ataques de Israel ao Irã no sábado (14) e exigiram o fim do uso do dinheiro dos contribuintes norte-americanos para apoiar esforços de guerra.

SANTIAGO DO CHILE
A solidariedade ao povo iraniano levou uma multidão a ocupar as ruas da capital chilena.
IÊMEN
Centenas de pessoas carregando bandeiras palestinas e iranianas se reúnem na Praça Sebin para fazer uma manifestação em protesto contra os ataques israelenses em Gaza e no Irã, em Sanaa, Iêmen
PARIS
No ato em Paris, manifestante abre faixa contra os “culpados e assassinos”. Bandeiras do Irã e da Palestina eram vistos no ato deste dia 15.

BEIRUTE
Uma extensa carreata tomou as ruas da capital libanesa em solidariedade ao Irã sob agressão israelense
JACARTA
As ruas da capital indonésia foram tomadas por manifestantes que se pronunciaram em solidariedade ao Irã e em repúdio ao genocídio de palestinos em Gaza.
TEERÃ
Na maior das manifestações, ocorrida em Teerã, os milhates de participantes expressaram repúdio ao agressor israelense e apoio a suas forças armadas.

Também foram registradas manifestações em Bruxelas e Barcelona
Governos e chefes de Estado de dezenas de nações condenaram a agressão israelense:
CONDENAÇÃO DA RÚSSIA
O presidente russo Vladimir Putin condenou a operação militar de Israel contra o Irã e expressou grande preocupação com uma possível escalada do conflito, que teria consequências imprevisíveis para toda a situação no Oriente Médio, de acordo com o conselheiro presidencial russo Yuri Ushakov.
O presidente manteve ligações telefônicas com o presidente Donald Trump, com os líderes do Irã e de Israel e enfatizou a importância de evitar que o conflito se intensifique e a disposição de Moscou de buscar possíveis esforços de mediação. Nesse contexto, “foi acordado que o lado russo continuará a manter contatos estreitos com os líderes do Irã e de Israel para resolver a situação atual, que está repleta de consequências muito prejudiciais para toda a região”, diz o comunicado do Kremlin.
O ataque israelense empurra a região em direção a uma “catástrofe nuclear em larga escala”, afirmou ainda o Representante Permanente da Rússia na ONU, Vasily Nebenzia. “Este ataque não provocado, apesar das alegações de Israel em contrário, é uma grave violação da Carta da ONU e do direito internacional”, enfatizou.
CHINA CONDENA VIOLAÇÃO DA SOBERANIA DO iRÃ
O Ministério das Relações Exteriores da China também expressou preocupação com as “sérias consequências” que o ataque israelense ao Irã poderia trazer. “A China se opõe a qualquer violação da soberania, segurança e integridade territorial do Irã e se opõe a ações que aumentem as tensões ou expandam o conflito. O repentino ressurgimento das tensões na região não serve a ninguém”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian.
Enquanto isso, o Representante Permanente de Pequim na ONU, Fu Cong, enfatizou que seu país “está profundamente preocupado com o impacto negativo dos eventos atuais nas negociações diplomáticas sobre a questão nuclear iraniana”, enfatizando que Pequim acredita que “o direito do Irã ao uso pacífico da energia nuclear, como signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, deve ser totalmente respeitado”.
AMÉRICA LATINA
Na América Latina, o Governo brasileiro expressou sua “firme condenação” ao ataque israelense. “Os ataques ameaçam mergulhar toda a região em um conflito em grande escala, representando riscos significativos à paz global, à segurança e à economia”, diz o comunicado.
“A política agressiva do Estado de Israel e suas ações repreensíveis e irresponsáveis só são possíveis graças ao apoio militar, financeiro, logístico e político garantido pelo governo dos EUA, colocando ainda mais em risco a estabilidade e a segurança regional e internacional, com consequências imprevisíveis para a humanidade”, declarou o Ministério das Relações Exteriores de Cuba.
O governo do México também expressou sua “profunda preocupação”, acrescentando que o país latino-americano “rejeita a escalada de violência desencadeada no Oriente Médio pelo ataque de Israel”. Da mesma forma, o Ministério das Relações Exteriores pediu que se “abstenha de ações que coloquem em risco a população civil” e reiterou o compromisso pacifista do México, que “privilegia o diálogo e os canais diplomáticos para resolver disputas sobre opções militares”.
Além disso, autoridades da Colômbia e do Chile, entre outras nações, expressaram sua preocupação, pedindo “moderação, respeito aos canais diplomáticos e o uso de mecanismos multilaterais que contribuam para evitar uma escalada do conflito e permitam o progresso em direção a uma solução pacífica e duradoura na região”.
JAPÃO DENUNCIA
O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, também condenou o ataque de Israel a alvos nucleares e militares iranianos na sexta-feira, ao mesmo tempo em que prometeu trabalhar com outros membros do G7 para aliviar as tensões no Oriente Médio. Ele chamou a ação de Israel de “totalmente intolerável” e “extremamente lamentável”, acrescentando que o país “deve se abster de qualquer ação que possa agravar ainda mais a situação”, referindo-se à ofensiva retaliatória do Irã.
O ministro das Relações Exteriores japonês, Takeshi Iwaya, por sua vez, declarou que a paz e a estabilidade no Oriente Médio são “extremamente importantes” para Tóquio e pediu que todas as partes exerçam “máxima contenção”. Ele também indicou que o governo tomará todas as medidas possíveis para garantir a segurança dos cidadãos japoneses na região.
ORIENTE MÉDIO
O presidente turco Recep Tayyip Erdogan “condenou veementemente os ataques ilegais de Israel contra o Irã”. Durante uma conversa telefônica com seu colega iraniano, Masoud Pezeshkian, ele enfatizou que a ofensiva israelense “constitui uma clara violação do direito internacional e busca arrastar toda a região para o caos”. Ele também enfatizou que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está tentando “sabotar o processo de negociação nuclear com esses ataques”, acrescentando que os meios diplomáticos são a única solução para a disputa nuclear.
O emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani, declarou que Doha “condena esta agressão covarde nos termos mais fortes possíveis e acredita que a República Islâmica do Irã tem todo o direito de responder”. “O Catar se solidariza com seus irmãos no Irã e apoia sua doutrina de engajamento e diálogo para resolver disputas e estabelecer paz e segurança”, disse ele durante uma conversa com Pezeshkian, relata o Mehr.
O príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, expressou a solidariedade de seu país a Teerã, acrescentando que “a Arábia Saudita apoia seus irmãos no Irã, e hoje todo o mundo islâmico está unido em seu apoio”. “Israel está focado em aumentar as tensões para atrair os EUA para este conflito, mas acreditamos que a resposta sábia da República Islâmica do Irã impedirá que isso aconteça”, enfatizou ele durante uma ligação com Pezeshkian.
Os Emirados Árabes Unidos, Omã e Iraque, entre outros, emitiram declarações semelhantes, condenando os ataques israelenses e pedindo que ambos os lados resolvam o conflito pacificamente.
ÁFRICA DO SUL DENUNCIA VIOLAÇÃO DA CARTA DA ONU
Várias nações africanas também reagiram ao conflito no Oriente Médio. Assim, a África do Sul indicou que as ações de Israel “levantam sérias preocupações sob o direito internacional, incluindo os princípios de soberania, integridade territorial e proteção de civis consagrados na Carta da ONU e no direito internacional humanitário”.
Além disso, o ataque israelense foi condenado pela Nigéria, que expressou sua “grave preocupação” e pediu uma “cessação imediata” das hostilidades. “O ciclo contínuo de retaliações não apenas coloca em risco vidas civis, mas também ameaça mergulhar o Oriente Médio em ainda mais instabilidade”, disse o Ministério das Relações Exteriores.
O Egito também criticou os ataques israelenses. O Ministro das Relações Exteriores, Badr Abdelatty, observou que esta é uma “escalada perigosa que ameaça a paz e a segurança regionais” e empurra a região para “um estado de instabilidade e caos”.
Outras nações africanas, incluindo Argélia, Tunísia e Sudão, também emitiram declarações condenando as ações de Israel e pedindo à comunidade internacional que tome medidas imediatas para reduzir as tensões na região.