Atualização do CadÚnico causam filas gigantescas no Rio de Janeiro

Pessoas fazem fila em frente ao Poupa Tempo de Bangu, Zona Oeste do Rio, para tentar se inscrever no Cadastro Único e conseguir receber o Auxílio Brasil Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

Esta sexta-feira (12), último dia do prazo para as famílias que estejam em análise cadastral atualizarem suas informações no Cadastro Único (CadÚnico) e evitarem a suspensão de benefícios foi marcada por confusões e filas intermináveis.

O Cadastro Único (CadÚnico) é o principal instrumento para a inclusão de famílias de baixa renda em programas federais como Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE) e Benefício de Prestação Continuada (BPC). Também garante o direito ao Auxílio Emergencial e ao Auxílio Brasil, entre outros benefícios.

Ao contrário de Recife, onde a prefeitura mantém cadeiras em um local coberto para atender à população, no Rio de Janeiro as pessoas enfrentam espera e longas filas, em pé, sob chuva, frio e vento.

Há – inclusive – quem estava na fila desde as quatro horas da tarde de ontem para conseguir o atendimento nos Centros de Referência e Assistência Social. Essa situação foi identificada em dois desses centros, instalados na zona oeste da capital fluminense.

Uma grávida disse à reportagem da Globonews nesta manhã que já esteve no local por três vezes e não conseguiu o atendimento. Já uma idosa, relatou que corre o risco de não ser atendida por falta de tempo hábil.

Para piorar a situação, faltou de luz no dia de ontem, obrigando a suspensão dos serviços na Central do CadÚnico. “Maior sufoco, tristeza mesmo”, declarou um homem, que está no local desde à tarde de quinta-feira (11).

Em março, foi criado o aplicativo do Cadastro Único. Pelo canal, além do site na internet, é possível saber se os cadastrados estão em fase de Averiguação ou Revisão Cadastral, e o que devem fazer para regularizar seus registros.

Além de muitas pessoas não terem programas de dados de internet no celular, ou falta mesmo do aparelho, para fazerem a atualização eletronicamente, há desinformação. Só é necessário esse procedimento para quem recebeu a convocação.

Quando a família se inscreve no Cadastro Único, ela se compromete a atualizar os dados sempre que há uma mudança na composição da família (morte de alguém, nascimento, separação ou casamento) ou mudança de domicílio ou, no máximo, a cada dois anos.

FILA CRESCEU 113%

A fila de espera para receber o Auxílio Brasil disparou nos últimos meses, e a quantidade de famílias que buscam fazer o cadastro para conseguir o benefício, também vem aumentando.

De março a abril, segundo a CNM (Confederação Nacional dos Municípios), houve um aumento de 113% da fila no CadÚnico (Cadastro Único), requisito básico para acessar o Auxílio Brasil. Segundo a entidade, há 2,788 milhões de famílias aguardando a transferência de renda atualmente.

Estima-se que a fila chegue a 2 milhões em agosto, segundo previsões do governo, quando deve começar o pagamento do benefício no valor mínimo de R$ 600.

Além disso, o Ministério da Cidadania reconhece que a fila não deve ficar zerada por muito tempo, pois os recursos a serem liberados são calculados para atender às famílias que já estarão à espera do programa.

Assim, novos pedidos continuarão a ser apresentados até o fim do ano. Com a falta de uma política de geração de renda e emprego por parte do governo Bolsonaro, a certeza é que a procura por esses e outros auxílios só tende a crescer.

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