Esta sexta-feira (12), último dia do prazo para as famílias que estejam em análise cadastral atualizarem suas informações no Cadastro Único (CadÚnico) e evitarem a suspensão de benefícios foi marcada por confusões e filas intermináveis.
O Cadastro Único (CadÚnico) é o principal instrumento para a inclusão de famílias de baixa renda em programas federais como Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE) e Benefício de Prestação Continuada (BPC). Também garante o direito ao Auxílio Emergencial e ao Auxílio Brasil, entre outros benefícios.
Ao contrário de Recife, onde a prefeitura mantém cadeiras em um local coberto para atender à população, no Rio de Janeiro as pessoas enfrentam espera e longas filas, em pé, sob chuva, frio e vento.
Há – inclusive – quem estava na fila desde as quatro horas da tarde de ontem para conseguir o atendimento nos Centros de Referência e Assistência Social. Essa situação foi identificada em dois desses centros, instalados na zona oeste da capital fluminense.
Uma grávida disse à reportagem da Globonews nesta manhã que já esteve no local por três vezes e não conseguiu o atendimento. Já uma idosa, relatou que corre o risco de não ser atendida por falta de tempo hábil.
Para piorar a situação, faltou de luz no dia de ontem, obrigando a suspensão dos serviços na Central do CadÚnico. “Maior sufoco, tristeza mesmo”, declarou um homem, que está no local desde à tarde de quinta-feira (11).
Em março, foi criado o aplicativo do Cadastro Único. Pelo canal, além do site na internet, é possível saber se os cadastrados estão em fase de Averiguação ou Revisão Cadastral, e o que devem fazer para regularizar seus registros.
Além de muitas pessoas não terem programas de dados de internet no celular, ou falta mesmo do aparelho, para fazerem a atualização eletronicamente, há desinformação. Só é necessário esse procedimento para quem recebeu a convocação.
Quando a família se inscreve no Cadastro Único, ela se compromete a atualizar os dados sempre que há uma mudança na composição da família (morte de alguém, nascimento, separação ou casamento) ou mudança de domicílio ou, no máximo, a cada dois anos.
FILA CRESCEU 113%
A fila de espera para receber o Auxílio Brasil disparou nos últimos meses, e a quantidade de famílias que buscam fazer o cadastro para conseguir o benefício, também vem aumentando.
De março a abril, segundo a CNM (Confederação Nacional dos Municípios), houve um aumento de 113% da fila no CadÚnico (Cadastro Único), requisito básico para acessar o Auxílio Brasil. Segundo a entidade, há 2,788 milhões de famílias aguardando a transferência de renda atualmente.
Estima-se que a fila chegue a 2 milhões em agosto, segundo previsões do governo, quando deve começar o pagamento do benefício no valor mínimo de R$ 600.
Além disso, o Ministério da Cidadania reconhece que a fila não deve ficar zerada por muito tempo, pois os recursos a serem liberados são calculados para atender às famílias que já estarão à espera do programa.
Assim, novos pedidos continuarão a ser apresentados até o fim do ano. Com a falta de uma política de geração de renda e emprego por parte do governo Bolsonaro, a certeza é que a procura por esses e outros auxílios só tende a crescer.