Defesa do golpista queria liberar passaporte apresentando um e-mail que não era convite. STF cobrou apresentação de convite oficial para poder analisar viagem do indiciado. Divulgação do modelo oficial de convite revela que Bolsonaro não o recebeu e que o “e-mail convite” era farsa
Tradicional bajulador de Donald Trump, Jair Bolsonaro insiste em comparecer à posse do republicano na presidência dos EUA na próxima segunda-feira (20). Só que ele não pode deixar o Brasil porque responde criminalmente por tentativa de golpe de Estado com um plano de assassinar o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, o vice, Geraldo Alckmin, e o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes.
Aguardando decisão da Procuradoria-Geral da República (PGR) quanto à data de seu julgamento, o indiciado teve seu passaporte retido por decisão da Justiça. Ele então solicitou a liberação deste documento para poder deixar o país e comparecer ao evento nos EUA. O Supremo Tribunal Federal (STF) naturalmente, para poder analisar o pedido, solicitou que ele comprovasse ter sido convidado para a solenidade.
A defesa de Bolsonaro protocolou um e-mail da campanha de Trump como prova de que ele havia sido convidado (veja foto abaixo). Imediatamente internautas comprovaram que aquele e-mail apresentado era uma farsa. O e-mail não era um convite oficial para a posse. Qualquer pessoa podia obtê-lo.
Um dos internautas comprovou isso obtendo ele mesmo o e-mail (veja o vídeo abaixo da foto). O e-mail era um convite para o ato público, que geralmente reúne multidões, de juramento do presidente, e para um baile oferecido à comunidade hispânica.
Assista ao vídeo onde o internauta comprova a farsa
Bolsonaro, portanto, tentou enrolar o STF com um “convite” que não era oficial. O e-mail vem com o remetente de “info@t47inaugural.com”, sem menção clara à programação.
A tentativa de enrolar o STF com o e-mail, que teria sido conseguido por Eduardo Bolsonaro, mostra que a prática de fraudar documentos – como foi o caso dos cartões de vacinação na época da pandemia – prossegue na família Bolsonaro.
Alexandre de Moraes, relator do processo, decidiu insistir na solicitação da apresentação de um convite formal dirigido a Bolsonaro para poder analisar o seu pedido de deixar o país e comparecer ao ato. O ministro do STF avaliou que o documento (e-mail) apresentado por ele não tinha características de convite oficial. Mesmo assim, a defesa de Bolsonaro continuou insistindo que o e-mail era um convite oficial.
Agora, com a divulgação do modelo oficial de convite para a posse de Trump (veja foto abaixo), a defesa de Bolsonaro, e ele próprio, ficaram em maus lençóis.
O convite oficial não tem nada a ver com o e-mail apresentado como sendo um convite dirigido a Bolsonaro. O convite oficial para a posse de Trump contém informações como data e endereço de e-mail para garantir a reserva e ressalta que o republicano “cordialmente” convida para a 60ª posse presidencial de Donald Trump e do vice JD Vance.
Então o Bolsonaro combinou com a imprensa mundial, apaga que dá tempo!
Leia a matéria. Você acredita mais no Bolsonaro – e nessa escória que você chama de “imprensa mundial”, seja lá o que isso queira dizer – do que nas provas (outra vez: leia a matéria) ou no STF.