
O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo Bolsonaro na Câmara, virou réu por receber mais de R$ 5 milhões em propina, dissimulada de doação, e lavar dinheiro de contratos da Companhia Paranaense de Energia (Copel). O processo corre na Justiça Eleitoral.
Ricardo Barros também está envolvido nos escândalos de corrupção na compra de vacinas apurados pela CPI da Pandemia.
A denúncia, apresentada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) e aceita pela Justiça Eleitoral daquele estado, sustenta que Ricardo Barros recebeu propina para influenciar a Copel a comprar duas empresas de energia eólica, ambas da empreiteira Galvão Engenharia, no valor de R$ 196,9 milhões.
Os crimes aconteceram enquanto Ricardo Barros era secretário da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul do governo do Paraná, entre 2011 e 2014.
O atual líder do governo Bolsonaro vendeu o uso de sua influência junto à diretoria da Copel pelos R$ 5 milhões pagos pela empreiteira Galvão.
Parte da propina foi paga em forma de doação eleitoral para que Ricardo Barros fosse candidato a deputado federal.
A denúncia do MP-PR afirma que Barros praticou os crimes de lavagem de dinheiro, tráfico de influência e falsidade ideológica eleitoral. O MP usou a delação de executivos da Galvão para apoiar a denúncia.
Barros se defendeu das acusações atacando os procuradores que fizeram a denúncia e chamando a ação de “ativismo político do Ministério Público”.
Barros foi ministro da Saúde do governo de Michel Temer. Foi sob sua gestão que a empresa Precisa Medicamentos recebeu R$ 20 milhões para nunca entregar os medicamentos contratados.
Durante a pandemia, Barros fez parte do esquema que contratou a Precisa Medicamentos como atravessadora na importação das vacinas indianas Covaxin. Ele atuou no Congresso Nacional para facilitar os negócios da empresa.
O contrato entre a Precisa Medicamentos e a farmacêutica que desenvolveu a Covaxin, a Bharat Biotech, foi cancelado por parte da empresa indiana depois que foi descoberto que a Precisa falsificou documentos para conseguir a venda junto ao Ministério da Saúde.