
Ingleses sentiram saudade dos tempos de domínio da Coroa inglesa e acharam que podem mandar e desmandar no Brasil. Luís Roberto Barroso colocou a revista no seu devido lugar
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luís Roberto Barroso, rebateu as provocações feitas por um editorial publicado pela revista britânica The Economist. A revista se achou no direito de se imiscuir em assuntos da Justiça brasileira e criticar suas decisões contra grupos fascistas que, liderados por Jair Bolsonaro, tentaram dar um golpe de Estado no Brasil.
O editorial se arvorou a afirmar, numa atitude típica dos tempos do velho colonialismo inglês, que a corte brasileira não teria autoridade e que enfrenta crescentes questionamentos na condução de questões políticas. Os editores da publicação classificam o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito do golpe, como um “juiz estrela” que personifica um Judiciário formado por magistrados acusados pela revista de supostos “poderes excessivos”. O texto foi publicado na quarta-feira (16).
Na noite de sábado (19), o ministro Barroso publicou no site do STF uma nota rebatendo a revista britânica. Na nota, Barroso frisa que o editorial “narra algumas das ameaças sofridas pela democracia no Brasil, embora não todas”.
“Entre elas se incluem a invasão da sede dos três Poderes da República por uma multidão insuflada por extremistas; acampamentos de milhares de pessoas em portas de quartéis pedindo a deposição do presidente eleito; tentativa de atentado terrorista a bomba no aeroporto de Brasília; e tentativa de explosão de uma bomba no Supremo Tribunal Federal. E, claro, uma alegada tentativa de golpe, com plano de assassinato do presidente, do vice-presidente e de um ministro do tribunal”, escreveu o ministro.
Ele frisou que “os responsáveis estão sendo processados criminalmente, com o devido processo legal, como reconhece a matéria”. “Foi necessário um tribunal independente e atuante para evitar o colapso das instituições, como ocorreu em vários países do mundo, do leste Europeu à América Latina”, afirmou.
Barroso destacou ainda uma pesquisa do Datafolha que apontou que a maioria dos brasileiros confia na atuação do tribunal, destacou que “não há crise de confiança” e acrescentou que todas as decisões monocráticas apontadas pelo editorial foram posteriormente ratificadas pelos demais juízes da corte. O ministro também respondeu à acusação da revista de que Moraes supostamente tenta “governar a internet”.
“O X foi suspenso do Brasil por haver retirado os seus representantes legais do país, e não em razão de qualquer conteúdo publicado. E assim que voltou a ter representante, foi restabelecido. Todas as decisões de remoção de conteúdo foram devidamente motivadas e envolviam crime, instigação à prática de crime ou preparação de golpe de Estado”, afirmou Barroso.
Ele rebateu a declaração da revista, que afirmou que, se o STF não levar ao plenário o julgamento da Primeira Turma que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro réu por tentativa de Golpe de Estado, pode agravar a suposta crise de confiança na corte, afirmando que a regra em vigor no tribunal permite que ações penais contra autoridades sejam julgadas por uma das duas turmas do tribunal.
“Se a suposta animosidade em relação a ele pudesse ser um critério de suspeição, bastaria o réu atacar o tribunal para não poder ser julgado. O ministro Alexandre de Moraes cumpre com empenho e coragem o seu papel, com o apoio do tribunal, e não individualmente.” Para Barroso, o enfoque dado pelo editorial “corresponde mais à narrativa dos que tentaram o golpe de Estado do que ao fato real de que o Brasil vive uma democracia plena, com Estado de direito, freios e contrapesos e respeito aos direitos fundamentais”.
Os ingleses não têm moral nenhuma para dizer isso. No mínimo são extremistas de direita, os que escrevem em tal revista. Os europeus não cansam de ver os países do Terceiro Mundo como se ainda fossem colônias. Depois reclamam da atitude dos chineses, que embora também nutram intenções de hegemonia mundial, ao menos se aproximam dos outros países os vendo como parceiros, sócios, não súditos de fidelidade suspeita, querendo impor acordos desiguais. Eles sabem o que é ser colonizado. Não se metem em questões de governança local. São negócios que atendem os interesses de ambas as partes. O império inglês foi um dos mais despóticos e cruéis do mundo, mesmo com a contribuição cultural que trouxe a longo prazo. Felizmente acabou