Manifestantes interromperam pronunciamento de Biden exigindo apoio ao cessar-fogo em Gaza. As palavras de ordem dos manifestantes foram ouvidas durante seu discurso eleitoral em uma igreja na Carolina do Sul, na segunda-feira (8).
Biden tentou tergiversar quanto ao extermínio realizado com armas cedidas pelo seu governo ao tempo em que condenava o assassinato de nove pessoas negras por um supremacista branco. Um massacre acontecido em 2015.
“Se vocês realmente se preocupam com as vidas perdidas aqui, deveriam honrar as vidas perdidas e pedir um cessar-fogo em Gaza”, bradou uma pessoa na plateia da Igreja Metodista Episcopal Africana Emanuel.
“Cessar-fogo agora! Cessar-fogo agora!”, coreavam os manifestantes presentes na Igreja também conhecida como Mãe Emanuel, localizada em Charleston, principal cidade do estado, enquanto Biden discursava sobre como enxerga a verdade “sob ataque” no país.
Em outro momento, e sem se dirigir diretamente aos manifestantes, que foram escoltados para fora da igreja, o presidente dos EUA declarou entender os apelos pelo cessar-fogo: “Eu entendo o apelo deles e tenho trabalhado de maneira discreta com o governo israelense para que reduza significativamente sua presença e, a seguir, saia de Gaza”.
APOIO ‘DISCRETO’ DE US$ 3,8 BILHÕES
Protestos vêm ocorrendo por todo o país norte-americano, como o que aconteceu nesta terça-feira, fechando pontes e um túnel em Nova Iorque, para exigir o fim do genocídio e da limpeza étnica perpetrados pelo regime de Netanyahu e contra a proteção prestada pela Casa Branca, com armas, dinheiro e cobertura diplomática, aos seus crimes de guerra.
O Estado israelense já é o maior beneficiário da ajuda militar dos EUA: só em 2023, foram US$ 3,8 bilhões, segundo informações compiladas pela Al Jazeera.
A maioria dos eleitores registrados – 57% – desaprova a forma como Biden está lidando com o conflito e os eleitores jovens têm as maiores objeções. Um total de 72% dos eleitores com idades entre 18 e 29 anos desaprovam o ‘discreto apoio’ de Biden, segundo uma pesquisa recente do jornal New York Times com o instituto de pesquisa Siena.
